ATA DA VIGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 11-04-2005.

 

 


Aos onze dias do mês de abril de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Elias Vidal, Elói Guimarães, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Neuza Canabarro, Professor Garcia, Raul Carrion e Sofia Cavedon. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Ervino Besson, Ibsen Pinheiro, José Ismael Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela Maffei, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulo Odone, Sebastião Melo e Valdir Caetano. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Oitava, Décima Nona e Vigésima Sessões Ordinárias, da Primeira Sessão Especial e da Segunda Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, o Pedido de Providências nº 661/05 (Processo nº 2294/05); pelo Vereador Claudio Sebenelo, o Projeto de Lei do Legislativo nº 100/05 (Processo nº 2109/05) e o Projeto de Resolução nº 081/05 (Processo nº 2121/05); pelo Vereador Elias Vidal, o Pedido de Providências nº 659/05 (Processo nº 2285/05); pelo Vereador Haroldo de Souza, os Pedidos de Providências nos 638, 639, 640, 641, 642, 643, 644 e 645/05 (Processos nos 2244, 2245, 2246, 2247, 2248, 2249, 2251 e 2253/05, respectivamente); pelo Vereador João Carlos Nedel, a Indicação nº 029/05 (Processo nº 2286/05) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 104/05 (Processo nº 2164/05); pelo Vereador Márcio Bins Ely, os Pedidos de Providências nos 531 e 532/05 (Processos nos 2052 e 2054/05, respectivamente); pelo Vereador Mario Fraga, os Pedidos de Providências nos 586, 587, 588, 589, 590, 591, 592, 593, 594, 595, 596, 597, 598, 599, 600, 601, 602, 603, 604, 605, 606, 607, 608, 651 e 653/05 (Processos nos 2168, 2169, 2170, 2171, 2172, 2173, 2174, 2175, 2176, 2177, 2179, 2180, 2181, 2182, 2184, 2190, 2191, 2192, 2193, 2194, 2195, 2196, 2197, 2276 e 2278/05, respectivamente) e as Indicações nos 028 e 030/05 (Processos nos 2272 e 2336/05, respectivamente); pelo Vereador Maurício Dziedricki, os Pedidos de Providências nos 619, 701 e 702/05 (Processos nos 2211, 2349 e 2350/05, respectivamente); pela Vereadora Neuza Canabarro, os Pedidos de Providências nos 615, 616, 617 e 618/05 (Processos nos 2205, 2207, 2208 e 2209/05, respectivamente). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 10137389, 10137390, 10137391, 10137392, 10137393, 10137394, 10137395 e 10137396/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Edmundo Flores, Missionário da Igreja Evangélica Todos Benvindos em Nome de Jesus, que discorreu sobre o significado da fé na sociedade contemporânea, divulgando o trabalho assistencial junto aos pobres e desempregados desenvolvido pela entidade representada por Sua Senhoria. Também, propugnou por maior conscientização da classe política quanto à importância de obras públicas que garantam emprego e geração de renda às camadas mais carentes da população. Na oportunidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, o Vereador João Carlos Nedel manifestou-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e vinte e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e vinte e seis minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, a Vereadora Neuza Canabarro, em tempo cedido pelo Vereador Nereu D’Avila, registrou o transcurso, hoje, dos cem dias de gestão do Prefeito José Fogaça. Ainda, traçou um retrospecto da atuação do Executivo Municipal desde o ano de mil novecentos e oitenta e seis, lembrando projetos nas áreas de educação, transporte, saneamento e habitação implementados em Porto Alegre pelos ex-Prefeitos Alceu Collares, Olívio Dutra, Tarso Genro e Raul Pont. A Vereadora Neuza Canabarro, dando continuidade ao seu pronunciamento em Grande Expediente, analisou questões atinentes à administração pública e apresentou audiovisual com trechos de matérias da imprensa sobre problemas observados em Porto Alegre nos últimos anos. Finalizando, abordou o trabalho dos Poderes Executivo e Legislativo em dois mil e cinco, ressaltando atividades na área educacional realizadas pela Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Casa. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou o transcurso do aniversário, hoje, do Vereador Márcio Bins Ely. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Clênia Maranhão aludiu aos primeiros meses de atuação do Prefeito José Fogaça, frisando a importância da preservação, pela classe política, dos compromissos assumidos em campanhas eleitorais. Nesse sentido, afirmou que o Governo Municipal optou claramente por valorizar a participação popular, priorizar as comunidades mais carentes, incentivar programas de desenvolvimento e modernizar o modelo de gerenciamento aplicado na Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão, dando continuidade ao seu pronunciamento em Comunicações, de análise da gestão do Prefeito José Fogaça, asseverou que o Governo Municipal está comprometido com a modernização administrativa, assumindo práticas que viabilizam maior agilidade na concretização de projetos e na construção de um trabalho que valoriza o constante acompanhamento, participação e fiscalização por parte dos porto-alegrenses. O Vereador Dr. Goulart manifestou-se relativamente aos problemas de infra-estrutura existentes na Vila Mato Sampaio, do Bairro Bom Jesus, principalmente em relação aos alagamentos causados pelas chuvas, em decorrência da existência de um riacho que atravessa aquela região. Nesse sentido, informou que foram convidados representantes do Executivo Municipal para discutir o assunto na Comissão de Saúde e Meio Ambiente, no dia dezenove de abril do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Maurício Dziedricki discorreu acerca do projeto de atendimento de cirurgias pendentes em oitenta e dois Municípios gaúchos, elogiando o esforço conjunto que vem sendo realizado nessa área por órgãos municipais e federais. Além disso, afirmou que tem boas expectativas em relação à realização dessas cirurgias atrasadas, frisando que o apoio deste Legislativo é fundamental para a melhoria das condições de saúde na Cidade. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Professor Garcia questionou os motivos da destruição, pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, de uma construção utilizada como abrigo por motoristas da Lotação Canal 10, na Rua Mário Artagão. Em relação ao assunto, assegurou que a Empresa Pública de Transporte e Circulação era favorável à permanência dessa estrutura no local e apontou dificuldades ora enfrentadas pelos motoristas, em virtude dessa demolição. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Haroldo de Souza posicionou-se contrariamente à forma como a Vereadora Maristela Maffei avalia o Governo de Porto Alegre, alegando que as críticas ao Executivo Municipal devem ser construtivas. Também, sugeriu a pavimentação da Estrada das Furnas e da Rua Santuário e comentou o Projeto de Lei do Legislativo nº 342/03, de sua autoria, que cria incentivos fiscais para empresas que contratem pessoas com mais de cinqüenta anos. A Vereadora Mônica Leal elogiou mutirão que será feita pela Secretaria Municipal de Saúde para a realização de cirurgias pendentes em Porto Alegre, assegurando que o Ministério da Saúde liberou verbas suficientes para custear um total de quatro mil cirurgias. Ainda, elogiou a descentralização na distribuição dos medicamentos no Município e informou que Laboratório Central de Análises Clínicas do Município passará a funcionar no Hospital Presidente Vargas, num prazo de três meses. A Vereadora Margarete Moraes discursou a respeito dos cem dias do novo Governo Municipal de Porto Alegre, debatendo as promessas feitas em campanha e as ações empreendidas até o momento pelo Prefeito José Fogaça. Nesse contexto, justificou que há ameaças à manutenção do Programa de Orçamento Participativo e indefinição relativamente à administração do Conselho da Juventude, bem como problemas com o atendimento médico nos Postos de Saúde municipais. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Elias Vidal criticou as políticas adotadas pelo Partido dos Trabalhadores à frente do Governo Municipal, afirmando que, atualmente, não há boa-vontade por parte dos representantes desse Partido em contribuir para a construção de uma Cidade melhor. Também, propugnou pela aprovação do Requerimento nº 120/05, de sua autoria, que propõe Moção de Repúdio em relação à maneira cruel como foi morto um cachorro em Pelotas. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Raul Carrion criticou o Substitutivo, de autoria do Vereador Paulo Odone, aposto Projeto de Lei do Legislativo nº 084/03, que assegura o pagamento de meia entrada a estudantes em espetáculos culturais, esportivos e de lazer. Ainda, lamentou o não-comparecimento de representante do Departamento Municipal de Habitação – DEMHAB – em reunião realizada pela Comissão de Urbanização, Transportes e Habitação, na comunidade Túnel Verde II. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às dezesseis horas e trinta e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei, mencionando os dezesseis anos de Governo do Partido dos Trabalhadores na Cidade, discorreu sobre o desenvolvimento que Porto Alegre teve nesse período. Também, criticou o Executivo Municipal em relação à área da saúde pública, afirmando que o Senhor José Fogaça, durante sua campanha eleitoral ao cargo de Prefeito, fez promessas que não está cumprindo. O Vereador Claudio Sebenelo contestou declarações dadas ao jornal O Sul, hoje, pela Vereadora Maristela Maffei, a respeito de possível conduta do atual Governo Municipal em relação à manutenção do Programa de Orçamento Participativo. Também, desmentiu a possibilidade de privatização do Departamento Municipal de Água e Esgotos, da Companhia Carris Porto-Alegrense e da Companhia de Processamento de Dados do Município de Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 233 e 246/04 e 070/05, este discutido pelos Vereadores Professor Garcia, João Carlos Nedel e Clênia Maranhão, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib; em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 067, 074, 083, 084 e 022/05, este discutido pelo Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Sofia Cavedon, 026/05, discutido pelos Vereadores João Antonio Dib, João Carlos Nedel e Sofia Cavedon, 060/05, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Clênia Maranhão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 016/04. discutido pelo Vereador Professor Garcia. Na ocasião, foi apregoado o Memorando nº 031/05, de autoria do Vereador Professor Garcia, deferido pelo Senhor Presidente, por meio do qual Sua Excelência solicita a Representação Externa deste Legislativo na solenidade de entrega do Atlas do Esporte no Brasil aos Parlamentares, na Câmara dos Deputados, bem como nas reuniões plenárias do Conselho Federal de Educação Física – CONFEF, do dia treze ao dia quinze de abril do corrente, em Brasília – DF. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Manuela d’Ávila avaliou criticamente os cem dias de Governo do Prefeito José Fogaça, alegando que as promessas feitas em campanha não estão sendo cumpridas, especialmente nas áreas da habitação, saúde pública, segurança e juventude. Ainda, segundo Sua Excelência, essas falhas se devem à falta de experiência e inabilidade da equipe de Governo em atender às demandas da população. O Vereador Sebastião Melo discursou a respeito dos problemas e dificuldades enfrentados pelo atual Prefeito Municipal, desde que tomou posse, no dia primeiro de janeiro do corrente, justificando que, em tão pouco tempo não é possível se fazer uma avaliação correta do Governo. Também, afirmou que o Partido dos Trabalhadores não geriu com clareza a área financeira do Município, deixando dívidas e obras inacabadas durante sua gestão no Governo. Às dezessete horas e trinta e quatro minutos, constatada a inexistência de quórum, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel, como Secretário “ad hoc”. Do que eu, João Carlos Nedel, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Senhores 1º Secretário e Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Edmundo Flores, representando a Igreja Evangélica Todos Bem-vindos em Nome de Jesus, está com a palavra, para tratar do assunto relativo ao trabalho assistencial da Igreja para com os pobres e desempregados de Porto Alegre, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. EDMUNDO FLORES: Sr. Presidente desta Casa, Ver. Elói Guimarães, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu vejo, preocupado, a falta de mais Vereadores e Vereadoras nas Bancadas neste momento, porque os Vereadores sempre sabem e conhecem que há Tribuna da comunidade. E quando o assunto é sobre os desempregados, que são a maioria sofrendo em Porto Alegre, me preocupa mais ainda quando os Vereadores e Vereadoras não estão presentes em peso. Tomara que eles estejam ouvindo e venham para as suas Bancadas, porque não podemos brincar com o sofrimento da maioria dos pobres e desempregados de Porto Alegre e não lhes dar atenção. Mas também agradeço, Sr. Presidente, a atenção dos que estão presentes, dos que vão chegar. E agradeço, Sr. Presidente, a honra que V. Exª nos deu, nos autorizando a falar, mais uma vez, na Tribuna Popular, neste dia.

Eu já ouvi V. Exª dizendo que esta Casa estaria sempre aberta para as entidades e para os movimentos, muito embora eu ouvi V. Exª lamentar o que ocorreu quando da invasão dos estudantes neste Plenário; vandalismo esse que nós não apoiamos. A Verª Manuela, do PCdoB, também se manifestou de forma contrária a esse tipo de vandalismo, mas disse que os movimentos sociais iriam continuar. Eu peço à ilustre Verª Manuela, que dirige essa juventude nesta Cidade, para que nos ajude a levar a palavra do Evangelho às escolas para que aqueles jovens não façam mais esse tipo de esculhambação, principalmente na nossa Capital.

Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero dizer que eu nasci no Interior, em Jaguari. Como colono, eu ia à Igreja Católica, gostava de ver aqueles santinhos, aquelas imagens, e, graças a Deus, um Padre inteligente, assim como o Papa, que foi muito comentado nos últimos dias, retirou as imagens da sua igreja. Igreja à qual eu fiz parte a convite do meu amigo e ilustre Vereador que fazia parte desta Mesa, como Secretário desta Casa, Ver. João Carlos Nedel, na Capela que há nesta Casa. Aqui, no jornal, eu estou acompanhado do Ver. Besson, da ex-Deputada Dercy Furtado, do ex-Presidente desta Casa, e, hoje, Secretário da Educação, o Sr. Fortunati, bem como de outros funcionários desta Casa ali naquela Capela. (Exibe documento.)

Então, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, eu peço a V. Exª e a seus Pares, em nome da Igreja Evangélica, em nome de Jesus, que continue a nos abrir as portas desta Casa, a chamada Casa do Povo, porque nós somos pobres, a Igreja Evangélica não é como aquelas grandes igrejas que estão por aí, não possui aqueles grandes templos, que serão derrotados, derrubados, virados em pó daqui a algum tempo. Como a nossa Igreja é pobre, nós pedimos apoio, cada vez mais aos Vereadores e Vereadoras.

Eu volto a dizer que o último emprego que eu tive - está hoje, como Vereadora, ali, a Neuza Canabarro -, foi a Vereadora que me encaminhou num empreguinho, de CLT, graças a Deus. Foi o último emprego, Ver. Neuza Canabarro, desde aquela época; aí entrou nova administração e me jogaram para a rua, sem justa causa. Sofri muito, sim, não só na Capital, no interior do Estado, mas Jesus me chamou lá na colônia para o evangelismo. Por isso, deixei a colônia, fui para o Exército e tirei o meu curso de Cabo, lá fiquei oito ou nove anos, nove anos de Cabo do Exército, de comunicações; me chamou, eu larguei o Exército, fui para o Evangelho, evangelizar os pobres. Depois, chegando aqui, trabalhei em vários serviços, de cobrador de ônibus, vários trabalhos para criar meus filhos, mas sempre ligado ao povo pobre de Porto Alegre, como homem civil.

Entrei também na política, me convidaram, no Partido também, à época, de V. Exª , Verª Neuza Canabarro. Passei para outros Partidos, mas eu notei que têm muitos Partidos, como têm muitas religiões, mas o único que nos resolve é, como disse o ex-Presidente da República, João Figueiredo, quando entregava o Governo, foi a ele perguntado: “Quem endireita o Brasil?” Ele disse: “Só Jesus Cristo”. E é verdade. No homem não dá para confiar muito; o homem, quando eu digo que não é o homem que está com Deus, mas os senhores e as senhoras todos têm fé, em qualquer religião que se vive com Deus, eu estarei. Quando a religião é boa, eu estou lá, como estava nesta capela desta Casa, nas fotos no jornal; agora, quando é ruim, de maldade, porque existe a ciência do bem e do mal, eu não posso estar, têm muitas aí que fazem o mal, matam animais, lançam nas esquinas de Porto Alegre, e isso os Vereadores e Vereadoras têm que ter coragem, ir a favor de Deus e não permitir a imundície que está nas esquinas de Porto Alegre. Não precisam ter medo, meus Vereadores e Vereadoras eleitos de Porto Alegre. Esses maldosos que fazem isso com os bichos, com os animais, não respeitam o silêncio e fazem barulho a noite inteira; não fazem como a Igreja Católica do Papa, que nos últimos dias se foi, de Jesus Cristo que deixou Pedro, que por onde Pedro passava, sua sombra curava, e eu sigo essa linha pela fé, como os senhores e as senhoras podem também seguir.

Meus amigos, nós temos que ir sempre pelo melhor, para o melhor; eu não estou aqui para pregar só representando a Igreja, mas os desempregados. Preocupado estou, porque a Verª Clênia Maranhão não está no momento, que, outra vez, sorrindo com aquele “sorriso Colgate”, ela disse que nós tínhamos que exigir, principalmente do Governo Municipal, para os desempregados, terem cesta básica de alimento. Mas deixo aqui, Sr. Vereador-Presidente, Elói Guimarães, e demais Vereadores, para que transmitam à Vereadora, para que ela ainda possa se manifestar, dizendo o que acontece, o que está aqui.

Fomos três vezes procurar a FASC, como ela disse, exigindo - o Ver. Nedel também diz que a FASC da gestão passada podia muito nos dar cesta básica, mas comprava bonitos calendários - e ele mostrou, e temos as gravações, várias aqui. Nós vamos levar, sim, as palavras dos Vereadores, com exceção das Bancadas dos Pastores da Igreja Universal que nunca se manifestaram. Esperamos que hoje possam aqui se manifestar. Foram os únicos, em seis Tribunas Populares, que não se manifestaram. Por quê? Às vezes nem estão aqui. Parece que muitas vezes não estão aqui. É problema deles, talvez estejam na Igreja.

Mas eu quero concluir, dizendo ao Sr. Presidente que o Ver. Carlos Nedel teve coragem, como oposição, ele e a Verª Clênia Maranhão, nossa Vereadora com aquele ”sorriso Colgate”, com garra, de dizer que a gente tinha que exigir do Município, até porque o Prefeito Fogaça quer prioridade aos mais necessitados. E nós tomamos um “chá-de-banco”, Ver. Nedel, Verª Clênia Maranhão, Vereadores e Vereadoras, lá na FASC, por três meses, sem chazinho - chá-de-banco. Um mês após, encaminhado pelo Vice-Prefeito, não pelo Fogaça, que quer prioridade, respondeu que não tinha nada, a não ser umas roupas velhas. Nós não queremos roupa, porque vestir um corpo desnutrido não adianta; não adianta roupa; adianta é alimento, adianta emprego. Alguns dizem nos meios de comunicação e em toda parte que temos é que arrumar emprego. Cadê os empregos? O que adianta falar? Sai governo, entra outro, um promete, o outro promete, e cadê? Eu não vim aqui para falar de Partidos, falar de religiões tão-somente. Eu venho aqui dizer que é só Jesus, sim, para entrar nos corações dos governantes e dos políticos, dos Vereadores, dos Deputados Estaduais e Federais, dos Senadores e do Governo da República. Lula, que criou o Fome Zero - graças a Deus! -, mas está ficando meio em zero a alimentação no Fome Zero. E eu queria saber da Bancada dos Trabalhadores por que antes tinha e agora está “furando” o banco? Antes o Governo que criou o Fome Zero mandava, ajudava mais; o que está acontecendo? Ou a diferença é que cada governo é um governo?

Fome Zero ninguém gosta muito, tem uns quantos que não gostam, mas servia para nós. Mas, quer dizer, quem não quer dar alimento, ajudar no Fome Zero, fale com os seus empresários. Vereadores, por favor, os senhores que ganham um salariozinho, pelo menos um real que fosse de cada Vereador. Não precisaríamos pedir, porque somos pedinchões, nós não apoiamos roubo, assalto, seqüestro; não fazemos vandalismo. Nós somos pedinchões, e não precisaríamos pedir; um real que fosse, seriam 36 reais; poderíamos fazer sopão nas vilas, nos nossos núcleos. Não lotávamos os hospitais. Não há remédios, e, às vezes, não há vagas. Quanto o Governo gasta? Doutores, médicos como o Sebenelo, o Goulart, entendem que o alimento, às vezes, vale mais num corpo humano do que remédios.

Então, quero concluir, Sr. Presidente, agradecendo a V. Exª , e dizer que é uma pena, pois parece que o Vereador, que Presidente do Grêmio, não está presente, mas pode ser que transmitam a ele que vamos solicitar a ele que abra as portas do time do Grêmio – já pedimos da outra vez, aqui – para fazer uma campanha do quilo para o banco de alimentos que temos no MDG. Muito obrigado, e Jesus, só Jesus, pode melhorar a nossa situação.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Convidamos o Sr. Edmundo Flores a tomar assento à Mesa. O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Meu caro Edmundo Flores, queria cumprimentá-lo pela sua missão nova de missionário diante da Igreja Evangélica Todos Bem-vindos em Nome de Jesus. Acho que o exemplo de ecumenismo que nos deu o Papa João Paulo II bem representa o que V. Sª falou da tribuna. E V. Sª falou muito bem, dizendo que se a mensagem de amor de Cristo impregnasse a mente e os corações dos políticos, o Brasil seria muito melhor.

Eu queria falar-lhe, também, do seu trabalho junto aos desempregados, e V. Exª sabe da nossa luta pelo desenvolvimento e pela qualificação profissional. Eu tenho certeza de que novos tempos estão vindo para Porto Alegre, e isso deverá melhorar.

Eu queria, então, cumprimentá-lo e desejar-lhe sucesso nessa sua nova missão na Igreja. Parabéns.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos cumprimentar o Sr. Edmundo Flores, missionário, que usou a tribuna para fazer suas colocações em nome da Igreja Evangélica Todos Bem-vindos em Nome de Jesus. O assunto foi o trabalho assistencial da Igreja para com os pobres e desempregados de Porto Alegre.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h25min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 14h26min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

A Verª Neuza Canabarro está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores e senhoras, nós, o Ver. Nereu D’Avila e eu, coincidimos no Grande Expediente, exatamente quando se completam os 100 dias da Administração Fogaça. Por essa razão, trabalhamos em conjunto, para hoje, aqui, falarmos e explanarmos o que estamos sentindo nesse início de Governo, e, para isso, fizemos uma reflexão sobre o que tem ocorrido nos últimos Governos, e o porquê dessa expectativa em relação aos 100 dias. Estamos completando 100 dias do Governo Fogaça. Na realidade, nada há que estabeleça uma prestação de contas desse período, mas criou-se uma expectativa pela ação da administração nessa primeira etapa, como se esta pudesse prognosticar o que será determinante no mandato que se instalou.

Os projetos, metas e ações apresentados no espaço eleitoral fazem o diferencial do que existia e o que se poderá executar. Logo, são mais que justificadas as impaciências latentes na população.

Fazendo uma retrospectiva desses 22 anos de mandato, contamos, após a eleição de Collares, em 1985, o primeiro Prefeito eleito pós-ditadura, e lembramos o quê? Que aqueles primeiros dias do Governo Collares foram de muita efervescência, mas destacaríamos o que ficou marcado na memória como um grande desafio, e, nessa ocasião, o Presidente, Ver. Elói Guimarães, nos acompanhava: o Projeto Nenhuma Criança Sem Escola, através de um mutirão que envolveu todos os funcionários, de todos os níveis, nos fins de semana que antecederam a abertura do ano letivo, adaptando espaços da comunidade para salas de aula, com professores sendo chamados, e, no dia 17 de março, a meta tinha sido amplamente alcançada.

Portanto, antes de se completarem os cem dias, estávamos atendendo o desafio de colocar todas as crianças em escolas.

Em 1989, assumiu Olívio Dutra, e registramos o grande impacto que atingiu Porto Alegre com a encampação do transporte coletivo que, na prática, não deu o resultado esperado, tanto que acabou devolvendo as empresas de transporte coletivo, com grandes prejuízos ao Município.

Em 1993, na Administração de Tarso, 222 km de rede de água para a Grande Porto Alegre se tornam realidade logo nos primeiros 100 dias, com recursos repassados pela Corsan ao PIMES - Programa Integrado de Melhoria Social -, na Administração do Governo do Estado, tendo Collares como parceiro.

Com Pont, em 1997, o projeto de construção de moradias, urbanização de vilas e aquisição de áreas sai do papel, com o investimento de 22 milhões de reais no Orçamento deixado pelo Governo anterior.

Em 2000 volta Tarso para o seu segundo mandato, envolto na expectativa de permanecer na Prefeitura, como afirmava, ou licenciar-se para concorrer ao Governo do Estado, o que veio a concretizar-se, deixando a Administração à deriva, com reflexo na situação financeira.

Nós temos aqui algumas imagens que transitaram e foram veiculadas durante várias campanhas eleitorais. Nós queremos mostrá-las, destacando aqueles problemas que persistem há muitos anos, como a questão habitacional, a questão educacional, a questão da segurança em Porto Alegre, e a questão da saúde. Essa situação é que nós vamos mostrar com algumas imagens que serão colocadas.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Obrigado, minha cara Verª Neuza. Sobre a questão do transporte, o objetivo da intervenção não foi estatizar o transporte coletivo; foi, isto sim, fazer uma rigorosa averiguação e um controle, tanto é que serviu para apurar o caixa dois que as empresas produziam à época, e esses recursos eram desviados para a aquisição de fazendas em outros Estados. Após a intervenção e a devolução dos ônibus, houve uma qualificação extraordinária no sistema de transporte coletivo em Porto Alegre, adotando, esta Cidade, um dos melhores, senão o melhor sistema de transporte coletivo do País, graças à intervenção que se fez necessária e importante. Parece-me que, agora, estamos tendo um problema, porque os empresários estão mandando no transporte, tanto é que retiraram 10% das linhas de ônibus, e, mais que isso, os ônibus que tinham ar-condicionado, que tinham qualidade, agora não estão tendo mais, sob a alegação de que isso aumenta os custos, sendo que nós acabamos de ter 16% de aumento no preço da passagem. Obrigado, Vereadora.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Srª Verª Neuza Canabarro, se há alguma coisa de que eu entendo um pouquinho só, mas muito pouco até, é de transporte coletivo, e eu posso dizer que não houve aberração maior do que aquela cometida no início da Administração Olívio Dutra. Custou muito caro a Porto Alegre; custou muito caro aos empresários; custou muito caro aos usuários; não foi uma experiência – se era para fazer uma experiência, uma semana bastava, um mês bastava, mas houve o uso indevido de muitas coisas, das empresas, pelos seus interventores.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Muito obrigada, Vereador, eu só gostaria de responder ao Ver. Todeschini o seguinte: veja como é a memória da gente, a memória é seletiva, a gente guarda aquilo que marca, e, para nós, marcou a intervenção, como uma coisa dramática, perniciosa e que prejudicou a população, mas nós sabemos que isso é o que se pinça da história, e foi o que nós registramos; na sua memória pode ter ressaltado aspectos positivos.

Bem, vamos ver, então, as imagens que nós estamos trazendo.

 

(É feita a apresentação de vídeo.)

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Essas são as cenas que nós acompanhamos, através da imprensa, lá em 1991, 1992, dos “ninjas” - os meninos de rua -, as nossas imagens não estão boas. Parece, Presidente, que a Casa está precisando de equipamentos. Eu já estava, até, querendo doar um canhão e um receiver, vendo a dificuldade em que se encontra, ou emprestar provisoriamente.

 

(Continua a apresentação de vídeo.)

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Aí estão os meninos de rua e na rua.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereadora Neuza Canabarro, V. Exª tem mais dez minutos em Grande Expediente.

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Estamos vendo aí cenas de alagamentos em 2000 - cenas que nós, na semana passada, também vivenciamos - e um funcionário dizendo - lembrem que são cenas de 2000 - que no próximo mandato conseguiriam equacionar. Essas imagens que nós vimos nos situam num cenário que não é novo, mas que tem persistido ao longo dos anos com maior ou menor repercussão.

Na Educação, as queixas se concentraram no Sistema de Ciclos, e a atual Administração está avaliando o processo por meio de reuniões coordenadas pela Secretaria Municipal de Educação. Aqui na Câmara de Vereadores a Comissão de Educação, Cultura e Esportes, presidida pelo Ver. Adeli Sell, já abordou o Sistema de Ciclos em uma Audiência Pública, onde conselheiros que participaram do processo de implantação, autorizando a experiência na Escola Monte Cristo, relataram o desenvolvimento do processo, enquanto ligados ao Conselho Estadual. Professores municipais, pais e alunos também foram ouvidos. A decisão da Comissão foi a de ampliar o debate, convidando para um seminário, com a participação de todas as escolas municipais, professores e alunos, para trazerem enriquecimento à matéria em pauta, a fim de colaborar com o Executivo Municipal.

A questão Segurança é de responsabilidade do Estado, mesmo assim existe projeto para ampliar as atribuições da Guarda Municipal.

Meninos de rua e na rua são um dos mais graves problemas para o Administrador Municipal. Vimos cenas que foram amplamente divulgadas pela imprensa no primeiro mandato de Tarso; e as alternativas adotadas, lamentavelmente, ainda não foram eficazes.

Os alagamentos nos últimos anos foram se tornando mais graves, necessitam de medidas urgentes e que efetivamente venham a sanar essa situação.

Assistimos ao depoimento de um Administrador que, na campanha de 2000, afirmava que esses alagamentos na Av. Goethe seriam resolvidos no próximo mandato, o que não se concretizou, mesmo tendo permanecido no Governo.

Portanto, não podemos cobrar do Prefeito Fogaça solução para essa calamidade em tão pouco tempo.

O que ressaltaríamos como positivo dos cem dias da Administração Fogaça? Um novo modelo de gestão foi adotado: agilização na concessão de alvarás, que antes demoravam 15 dias, na SMIC, hoje em 3 dias eles estão liberados; reabertura de 24 Postos de Saúde da Família, que estavam fechados por falta de médicos ou de agentes comunitários; o pagamento de 8 milhões ao BID, pendência que, se não paga, deixaria obras em andamento paralisadas, e com a quitação do débito, possibilitou retornar às obras do conduto Álvaro Chaves, do Viaduto Eduardo Utzig e da passagem de nível em Teresópolis.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Minha cara colega, Verª Neuza, eu quero saudar e parabenizar V. Exª pelo seu pronunciamento. Quero dizer que hoje pela manhã estivemos reunidos com o Prefeito, com o Vice, juntamente com o Secretariado e vários Vereadores. Tenho dito, minha cara colega Verª Neuza, várias vezes, desta tribuna, que há distancia entre as secretarias, as autarquias, porque é muito difícil conseguir alguma coisa no setor público hoje. Mas, graças a Deus, Fogaça está unindo, está integrando as Secretarias, conforme nós tivemos oportunidade de ver, hoje pela manhã, e, sem dúvida nenhuma, a Cidade de Porto Alegre vai ganhar muito com isso. Todos somos munícipes desta Cidade e vamos estar juntos na grande vitória que vai acontecer na nossa Porto Alegre com essa integração das Secretarias. Sou grato a V. Exª

 

A SRA. NEUZA CANABARRO: Tenho certeza de que isso vai acontecer.

Portanto, concluímos que o espaço de cem dias é muito pequeno para avaliar o Governo, algumas medidas são de impacto imediato, enquanto outras demandam mais tempo. O que realmente conta é a confiança depositada no governante e a esperança de que se realize uma grande administração, pois todos ganhamos independentemente de cor partidária. Que o plantado nesses cem dias, dê muitos frutos, pois o povo de Porto Alegre merece. A oposição terá dificuldades para avaliar a atuação desta Administração, devido ao tempo exíguo em que se encontra à frente do Executivo. Agora, nós, da situação, sim, podemos realizar uma avaliação inclusive científica, Ver. Todeschini, de um Governo que permaneceu 16 anos no poder e não conseguiu equacionar os problemas de Porto Alegre. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Cumprimentamos o Ver. Márcio Bins Ely que está de aniversário hoje, desejando a ele muitas felicidades e muito êxito na sua atividade parlamentar nesta Casa. Saudações, Vereador. (Palmas.)

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

A Verª Clênia Maranhão está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Almerindo Filho.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, queríamos saudar a presença dos porto-alegrenses que acompanham nossos trabalhos na Câmara Municipal de Porto Alegre; vou usar este tempo cedido gentilmente pelo Ver. Almerindo Filho, para também me referir à data de hoje. Porto Alegre, hoje, comemora 100 dias de um novo Governo; de um Governo que sucede a um Governo de continuidade, de 16 anos.

Queria, preliminarmente, registrar de início - que além das conquistas pontuais que posteriormente aqui citaremos –, a importância da preservação do discurso de compromisso político assumido no período das eleições. Este Governo está empenhado na preservação das conquistas da cidade de Porto Alegre e no compromisso pelas novas mudanças necessárias para uma sociedade com mais eqüidade, inclusão social e justiça.

Queria dizer que em algumas áreas foram construídas ações fundamentais para que pudéssemos incluir os nossos programas, as nossas políticas públicas, à população que mais precisa. Quero destacar que para nós é fundamental a preservação da coerência política do Governo que seguiu na linha projetada pelo seu plano de Governo, consolidando, assim, uma visão de Cidade.

Uma visão de Cidade expressa em quatro eixos de atuação política. O primeiro eixo é o da participação, da ampliação e da qualificação da participação da população nas decisões públicas. Registro dentro dessa ótica: a manutenção das atividades do Orçamento Participativo. Mas, mais do que isso, o enorme esforço de valorização de um processo que estava extremamente desgastado na sociedade porto-alegrense, considerando que assumimos o Governo com um atraso de 628 obras não-executadas, apesar de, durante os últimos anos, elas serem apontadas como prioridade nas reuniões do Orçamento. Esse processo de participação está sendo qualificado por meio da construção de novos instrumentos que vêm acrescentar, incorporar um novo conceito, o conceito da cooperação expressa na palavra do Governo como a Governança Solidária. Essa qualificação e a ampliação desses instrumentos têm um significado especial, porque o Orçamento se refere à distribuição dos recursos. E nós estamos acrescendo a essa questão da distribuição, a questão do esforço coletivo, participativo, solidário para capacitar, para fazer com que todos se somem na busca da captação de novos recursos, atraindo investimentos, atraindo apoios da sociedade, apoios nacionais e internacionais para o desenvolvimento da Cidade.

Queria dizer que o segundo eixo deste Governo, que, na sua coerência, se expressa também por meio dessa ordem de fatos, na questão de governar para quem mais precisa. E nós provamos que essa questão de governar para quem mais precisa não é uma expressão de retórica; nesses cem dias de Governo tem-se expressado por meio de ações políticas objetivas, concretas para população, como, por exemplo, a melhoria do acesso aos medicamentos nos postos de saúde. Essa idéia, esse compromisso do Governo para aqueles que mais precisam, se expressa, por exemplo, nas ações dos mutirões de cirurgia, já iniciados, com uma previsão de quatro mil cirurgias, com uma atuação exatamente nas áreas em que se acumulou uma maior dívida social nesta Cidade, que é na área da Saúde pública.

E dentro da preocupação de atender quem mais precisa, também queria destacar, neste momento, o compromisso do Governo em ampliar suas parcerias, como, por exemplo, a parceria construída com a UNESCO, em que se desenvolvem ações para inclusão social, fundamentalmente dos jovens e dos adolescentes.

Eu queria destacar no compromisso daqueles que mais precisam, a ampliação do número de vagas no Ensino Fundamental e, principalmente, da Educação Infantil no nosso Município.

Eu queria, ainda, destacar um outro eixo fundamental que expressa a coerência deste Governo em relação ao projeto político que o colocou no poder, que é o compromisso de estimular a Cidade para o desenvolvimento. Porto Alegre era uma Cidade que, tendo em vista a falta de transversalidade das políticas públicas municipais, tendo em vista a falta de integração da gestão, tinha questões que estavam represadas, questões que eram fundamentais para o desenvolvimento da Cidade que não estavam sendo implantadas com o ritmo necessário a preservar Porto Alegre como uma Cidade de qualidade de vida e de referência nacional.

Eu poderia citar inúmeras experiências, inúmeras conquistas, inúmeras ações políticas, mas queria destacar, preliminarmente, o Terminal do Triângulo da Zona Norte, que vai facilitar a vida das pessoas que mais precisam através de um processo de integração.

Eu queria destacar as ações desenvolvidas pela EPTC na área do transporte coletivo referente à preocupação com a mobilidade sustentável.

Eu poderia colocar muitos outros atos, muitas outras atividades, ainda nessa questão do desenvolvimento, porém, queria-me reportar a uma outra faceta, a um outro pilar fundamental que expressa evidentemente o compromisso do Governo e a coerência do seu discurso, da etapa de elaboração do seu Plano de Governo com a gestão pública comprometida com o desenvolvimento da Cidade, que é a modernização da gestão pública no Município de Porto Alegre.

 

O Sr. Carlos Comassetto: Vossa Excelência permite um aparte?

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Eu sinto muito, Vereador, está terminando o meu tempo e não terei mais tempo para lhe dar um aparte, infelizmente.

Mas eu queria, para concluir, Sr. Presidente, essa parte da minha intervenção, falar de um outro pilar, de uma outra estrutura política institucional, construída neste Governo, que eu acho que é fundamental para todos os homens e mulheres que vivem nesta Cidade, independente das suas opções partidárias, independente das suas colorações políticas, mas que como porto-alegrenses têm o direito a viver no Município onde a gestão seja qualificada para atendê-los. Eu acho que é importante resgatar, aqui, a agilidade na avaliação dos projetos, inclusive a conquista de um procedimento mais ágil, como, por exemplo, a possibilidade da construção da sede da OSPA.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereadora, seu tempo se esgotou.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, eu peço o Tempo de Liderança a V. Exª , para que eu possa concluir essa intervenção de avaliação.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu lhe concedo. V. Exª está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, nesses minutos que me restam, no meu Tempo de Liderança, eu queria, ainda, falar um pouco das preocupações, já em andamento, e das conseqüências positivas alcançadas neste breve período do nosso Governo. Como, por exemplo, a criação de uma força-tarefa na área das finanças públicas, o que tem permitido e feito com que o Governo possa cumprir com os seus compromissos públicos, num Governo que herdou uma dívida financeira e uma dívida social acumuladas que, inclusive, por falta de uma visibilidade, não era conhecida pelo conjunto da população. Nós temos, sim, procurado dar visibilidade à crise financeira herdada pelo nosso Governo, não para usá-la como cabide ou para não cumprir os compromissos políticos assumidos, porque temos cumprido, um a um, com uma rapidez maior do que a esperada; com uma eficiência maior do que a que era conhecida nesta Cidade. O cumprimento das propostas na área da participação, na área do desenvolvimento, na área do atendimento à população que mais necessita e a modernização da gestão pública, que é um direito e um dever do Estado, e também é um direito que a população tem, do bom atendimento, da rapidez dos serviços, que é o direito de ver um Poder Público comprometido com a solução, com o vencimento dos prazos que atrasam o desenvolvimento da Cidade.

Eu acho que, aí, nós poderíamos dar um dos exemplos: a agilização dos alvarás, dos empreendimentos; a chegada nas mãos dos pequenos e médios empreendedores, que estavam com seus pedidos represados e que, portanto, não poderiam desenvolver, na Cidade, atividades econômicas necessárias ao crescimento dos seus estabelecimentos para a melhoria da condição de vida das suas famílias e, como conseqüência, a melhoria das condições de vida do conjunto do nosso Município.

Eu sei que tudo o que nós queremos fazer não conseguimos cumprir como gostaríamos, porque os anseios de quem sonha com uma sociedade igualitária são sempre limitados. Os anseios de quem procura construir uma gestão pública sob a ótica republicana de envolvimento do conjunto das pessoas, independente de qualquer cobrança da sua vinculação política, são sonhos que devem ser construídos a cada dia, e temos que pensar que eles estão além da linha do horizonte e que essa visão da linha do horizonte é que tem de reger as nossas atuações.

É por isso que temos trabalhado incansavelmente durante os dias, as noites, os fins-de-semana, porque achamos que é nosso compromisso a preservação dessa esperança, uma esperança depositada num processo de mudança que se construiu não com o ódio, não com a disputa exacerbada, não com a perseguição ou com a vingança, mas um projeto político que chega ao poder em cima do conceito da tolerância, da pluralidade, do respeito à diferença, e, principalmente, baseado na certeza de que todos os seres humanos têm um enorme potencial e, portanto, uma enorme contribuição a dar ao seu município, à sua cidade, ao seu Estado e ao seu País.

Eu acho que esta compreensão da capacidade do potencial de cada ser humano é o que nos fez desenvolver esse conceito da Governança Solidária, que é nada mais do que a parceria, do que a soma dos esforços na construção do bem comum. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, Senhoras Vereadoras, Senhores Vereadores, uso o tempo de Liderança porque a interação e o cuidado com a comunidade é uma preocupação do nosso Partido, o PDT.

Eis que numa noite da semana passada, a convite, visitei a Associação dos Moradores da Vila Mato Sampaio, no bairro Bom Jesus. Fui recebido pelo Bartelemi Joubert, que é o Presidente, pelo Nilo, o Adilson, a Ângela, o Adílio, o Harri. E do que falavam eles? Da preocupação com os alagamentos que invadem as suas residências. E a preocupação é grande, pois uma solução já foi prometida no famigerado Orçamento Participativo. Já estava lá, preparado, guardado o investimento para que isso acontecesse, e não acontece nunca! Este é o pedido deles a médio prazo. Mas existe um outro pedido em brevíssimo prazo, que é uma situação emergencial para conter a invasão das águas podres nas suas casas limpas. E se faz necessário trazer isso a esta tribuna, para que todos se preocupem com o que vai acontecer na próxima chuva. Quando troveja ou quando as nuvens cobrem as estrelas, eles se param apavorados, abraçados uns aos outros, imaginando que aquele valão, aquele esgoto a céu aberto vai invadir suas casas novamente! Por que é que o Vereador tem de vir à tribuna e falar com veemência sobre isso? Primeiro, porque lá deveriam ter comparecido o DEP, o DMAE e o DMLU. E não foram. Os moradores fazem reunião, e eles não aparecem.

Por isso, na próxima terça-feira, dia 19, na Comissão de Saúde, eles deverão comparecer. Por convite, num primeiro momento. Se não vierem, teremos de forçá-los a vir, num segundo momento. E aí é legal, regimental e terão de ser convocados se não vierem, porque temos que dar uma solução para aquela Vila. Por quê? Só porque a água podre vai invadir as casas das pessoas pela milésima vez?! Não é só por isso. É porque dali vem a doença do rato, que todos vocês conhecem, que é transmitida pela urina do rattus novergicus, que é o rato-de-esgoto. Quando a água sobe, o rato foge da água e vai para dentro das casas, para dentro dos armários, para baixo dos colchões e lá derrama sua urina. E quem se prejudica são as criancinhas que estão por ali brincando, que vão pegar febres, que vão enferidar os corpos, que vão pegar doenças que poderão levá-las à morte! Ninguém morreu ainda lá, e é por isso que temos que falar, porque daqui a pouco vão morrer os velhos, aqueles que não podem fugir da tempestade, que não podem locomover-se com rapidez quando a água sobe, porque estão em cadeiras de rodas ou porque nem cadeiras de rodas têm, estão na cama, e a água sobe pela cama.

Se vocês forem ver como eu vi, o valão a dois metros das casas, vocês vão se apavorar! Porque o cloacal é separado do pluvial ali naquela região, e não existe a sistematização urbana que é necessária, que é digna a que os seres humanos têm direito, uma vez que vivem na Cidade, pagam impostos, trabalham para a Cidade. É preciso que a Cidade lhes dê, no mínimo, uma condição para que possam viver, e não bem, mas com saúde.

Então, meus queridos Vereadores, trarei o resultado dessa reunião na Comissão de Saúde muito em breve, mas caso não seja solucionado, lá iremos, todos os Vereadores, para ver o que está acontecendo. Chamarei um por um e iremos numa Comissão muito grande proteger os moradores da Vila Mato Sampaio, incrustada no bairro Bom Jesus. Este é o nosso dever, para isso fomos eleitos: para proteger essa gente que grita, grita, grita, e não vê resolvidos os seus problemas, porque os munícipes precisam ser cuidados pelo seu Governo. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Elias Vidal.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores; servidores desta Casa, público que nos assiste pelo Canal Legislativo, povo de Porto Alegre, venho a esta tribuna, no dia de hoje, após inúmeras manifestações a respeito dos nossos primeiros 100 dias de Governo em Porto Alegre, para tratar de uma área afim. Um dos maiores compromissos que nós levantamos em período de campanha, uma das temáticas prioritárias nos debates do 2º turno, foi o compromisso com a saúde. A saúde pública, a saúde de Porto Alegre, dos nossos cidadãos.

Eu tenho aqui em mãos, Presidente, a Portaria nº 533, assinada pelo Ministro Humberto Costa, nosso Ministro da Saúde, que homologa um Projeto de adequação para o atendimento das cirurgias represadas, aquelas que ficaram para trás ao longo da história e que hoje conseguem estar sendo atendidas, revitalizadas, fazendo com que a população, de fato, possa ter acesso justo, igualitário e democrático à saúde.

Essa Portaria, que foi convencionada com 82 municípios, por intermédio dos seus secretários municipais da saúde e dos seus prefeitos, vem somar um esforço coletivo para que Porto Alegre, mais do que nunca, seja uma referência na área de Saúde, uma vez que nós temos uma ampla necessidade do atendimento da rede pública e essas demandas surgem também da Região Metropolitana, e surgem também, Ver. Comassetto, dos municípios do Interior que mais precisam de atendimento de complexidade, de especificação e especialidade.

Quero dizer a V. Exª , Ver. Comassetto, que estaremos tratando de seis tipos de cirurgia: otorrinolaringologia, urologia; estaremos buscando cirurgia geral e proctologia, cirurgias ginecológicas, vascular e ortopedia, num consórcio com sete grandes hospitais aqui da rede de Porto Alegre.

 

O Sr. Carlos Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Cumprimento-o Ver. Maurício, e queria dizer que a afirmação de V. Exª está totalmente correta. Este é um convênio com recursos que o Governo Federal está repassando aos municípios, e no caso do mutirão, que a Líder do Governo esqueceu de dizer, é um convênio com o Governo Federal, com recursos do Ministério da Saúde, em que Porto Alegre gasta, dos recursos públicos com a saúde: 62% do Governo Federal, 32% dos cofres municipais e somente 2% do Estado. Muito obrigado.

 

A Srª Clênia Maranhão: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Vereador, eu queria apenas lembrar que os recursos conseguidos para o mutirão de cirurgias, junto ao Governo Federal, pela ação competente da Secretaria da Saúde do Município, são recursos para pagar a dívida social pelo atraso das cirurgias que nós herdamos quando assumimos este Governo.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Obrigado, Verª Clênia, nossa Líder do Governo. Queremos ressaltar a importância que nós hoje temos para fazer com que a capacitação, a qualificação e o sistema de gestão de saúde seja realmente revertido para a população de Porto Alegre, com boas condições, com a resolutividade desses programas e desses processos que nós vivemos ao longo desses anos, de consultas que as pessoas marcam e que nunca são atendidas! Eu tenho fé que o Ministro Humberto da Costa, que será recepcionado pelo Secretário da Saúde, no momento das aplicação desse mutirão, vai-se fazer valer dessa nova sistemática de gestão, aplicada de maneira exemplar, de condução própria pelo nosso Prefeito, mas, principalmente, pelos técnicos da Secretaria Municipal da Saúde, fazendo com que esse compromisso de saúde pública seja um compromisso de Porto Alegre, e que ele possa, cada vez mais, estar reforçando as 60, 70, 80 mil consultas represadas.

O sistema de mutirão, mais do que nunca, precisará do apoio desta Casa, do sistema Legislativo e do Executivo de Porto Alegre, mas será necessário também o reconhecimento por parte deste Parlamento, das ações de motivação que fazem com que Porto Alegre passe a ter um canal de instrumentalização melhor para atender aqueles que mais precisam da saúde pública. Muito Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, Verª Clênia em especial, Líder do Governo, gostaria de sua atenção. Nós recebemos uma comunicação dos proprietários do Lotação Canal 10, que, no dia 1º de abril teve a sua casinha de tijolos à vista destruída, e nós não conseguimos entender essa atitude arbitrária da Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Inclusive, segundo informações que obtivemos - e gostaria que V. Exª checasse – a EPTC era a favor da permanência da respectiva casa, que servia de manutenção, com água, luz e telefone, e que, de uma hora para outra, simplesmente foi retirada; veio uma patrola e a destruiu.

Então, gostaríamos de saber de que forma foi destruída, o porquê, por quem e sob quais condições, porque estamos vivendo tempos novos, e isso nunca aconteceu. Pelo menos, as entidades eram consultadas e chamadas. Nós vamos, inclusive, entrar em contato com o Secretário, Ver. Beto Moesch, para saber o porquê dessa atitude. O Prefeito Fogaça, durante toda a sua manifestação, disse que tudo o que estava bom permaneceria, e tudo que estava errado iria mudar. Talvez essa casa não estivesse em boas condições, mas foi construída em 1998, na Rua Mário Artagão; servia ali, no fim da linha do Canal 10, aos motoristas - volto a dizer -, com água, com luz, com telefone, e, de um dia para o outro, simplesmente, foi destruída.

E, numa cisão interna, segundo as próprias informações, o Secretário Municipal do Transporte e o Presidente da EPTC, entendiam que deveria continuar essa casa, e a SMAM simplesmente a retirou. Então, nós vamos solicitar a intervenção por parte da Líder do Governo, a Verª Clênia Maranhão, para que nos traga essas informações de público, para tentar entender por que, no nosso entendimento, esse ato arbitrário, por que uma casa constituída, com tijolo à vista, de uma hora para outra, simplesmente, foi retirada. E eu volto a dizer: se ela estivesse mal localizada ou indevidamente, mas ela foi construída pela própria SMAM, em 1998, porque serviria de abrigo. Hoje, os permissionários do Canal 10 perguntam: aonde irão ao banheiro. Vão ter de bater nas casas ao lado para ir a um banheiro? Essa é uma forma de diálogo? Essa é uma forma de manter aquilo que está bom? Essa é uma forma de mudança, uma atitude arbitrária?

Eu quero dizer que este Vereador, primeiro, não compactua com isso, mas quero ouvir as explicações, e este assunto nós vamos levar adiante, porque - voltamos a dizer -, talvez, dentro do balanço dos cem dias, isso poderia ser dito: “Olha, a primeira ação foi destruir uma casa” - e volto a dizer - de tijolo à vista, bem feita, obra nova, de 1998, construída pela própria SMAM, e gostaríamos de saber por que foi retirada.

E gostaríamos - e aqui estou dizendo publicamente - que consultassem o Presidente da EPTC, que era a favor. O que está havendo? Não está havendo diálogo entre as duas Secretarias? Eu aguardo a resposta e vou telefonar para o Secretário Beto Moesch. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Vereadoras, Vereadores, homens e mulheres que aqui se encontram acompanhando o Plenário de hoje, a Verª Maristela Maffei, que, na semana passada, pediu o Título de Cidadão Honorário para o Jean, do Big Brother Brasil, mas depois recuou, e agora quer uma homenagem especial para o moço - e eu já estou abrindo o meu voto, que será contra -, falou que a cidade de Porto Alegre está um caos e que, em 100 dias do novo Governo, deu para ver a que veio o Prefeito Fogaça e sua equipe: “Não manter o que estava bom e melhorar o que não estava”. Falou, até, em capinas nas ruas de Porto Alegre, e que os 100 dias de Fogaça foram inoperantes, e um retrocesso à democracia.

Eu vejo essa história de fazer oposição por um outro ângulo, Verª Maristela. Para a oposição, nada presta no governo. E isso ocorre com todos os Partidos, inclusive com o meu. Em relação à política, esse procedimento deve estar certo para a oposição, mas, para a sociedade, eu acho que isso não está certo. Os úteis e necessários Pedidos de Providências, expediente que, junto com o Ver. João Carlos Nedel, eu, como Vereador, uso muito, dá-me razões para isso. Quando o PT estava no Governo, de cada dez Pedidos de Providências que eu enviava para os órgãos da Prefeitura Municipal, eram atendidos na média de dois ou três Pedidos. E eu já ficava satisfeito. Agora, com o Governo do Fogaça - e este Vereador é integrante da base do Governo -, de cada dez Pedidos feitos, sete ou oito são atendidos. Logo, as críticas que são feitas pela oposição petista, para mim - particularmente, para mim - não têm o menor valor, porque na política tudo é igual nos Partidos. Ou eu estou enganado? E esta é a minha bronca na atividade política: o Governo atende mais os seus aliados, e a oposição faz a crítica. E a sociedade, que deveria ser o ponto comum de todos, fica em plano secundário. O povo é o marisco no confronto entre o mar e o rochedo. Eu acho que me entenderam.

Então, Verª Maristela Maffei, não fale só por falar; procure ter base naquilo que fala e um pouco mais de respeito com os demais que fazem a política, pois não deve considerar o seu grupo partidário como sendo o único que sabe fazer as coisas, e V. Exª , como sendo a dona absoluta da verdade - e o seu Partido não está provando isso em Brasília -, pois não o é. E eu estou pedindo a V. Exa se eu posso analisar esse fato na Rádio, onde exerço a minha função de Jornalista. E gostaria de sua autorização por escrito.

Eu recebo e dou conhecimento ao Plenário, e vou enviar ao Prefeito José Fogaça, o seguinte documento. (Lê.): “As comunidades dos Bairros Vila Nova, Belém Velho, Campo Novo, Glória, Jardim Vila Nova, Cavalhada e de muitos outros bairros da Zona Sul vêm-se dirigir a V. Sa. com a seguinte finalidade: ‘Considerando cada vez maior a necessidade de integração da Zona de Sul de Porto Alegre, tanto nos aspectos econômicos, sociais, políticos, culturais e turísticos; considerando que há uma necessidade e uma possibilidade de se estabelecer uma via de acesso mais curta e rápida entre os Bairros Glória e Vila Nova, e seus circunvizinhos, a qual possibilitará maior desenvolvimento da região, desafogamento do tráfego e maior economia para o Poder Público e para os contribuintes; considerando que há 16 anos, no dia 1º do mês de janeiro, ocorre a Romaria do Santuário Nossa Senhora Mãe de Deus, que reúne milhares de pessoas da Capital, do interior do Estado e até do Exterior, que se dirigem àquele Santuário em culto e profissão de fé a Nossa Senhora; todavia, os romeiros, para chegarem ao local, têm de enfrentar dificuldades existentes no trajeto, como a ausência de pavimentação, com inúmeros buracos e poeira (Asfalto, Ver. Todeschini, há 16 anos se pede pavimentação naquele local.); considerando tudo isso, que seja realizada a pavimentação da Estrada das Furnas e Rua Santuário, respectivamente localizadas nos Bairros Vila Nova e Glória, no trecho compreendido entre a Estrada João Passuelo e a Rua Oscar Pereira, acompanhada das necessárias instalações de rede pública, de iluminação e de saneamento”.

Entre os Projetos que eu tenho aqui na Casa, gostaria de convidar os meus Pares para observar aquele que diz respeito a benefício de alguma natureza ao empregador que sustentar vagas de trabalho para homens e mulheres com idade superior a 40 anos. Acho esse Projeto de suma importância.

Até agora, eu não vi nada de consistente a respeito de emprego vindo do Presidente Lula e, infelizmente, também, do Prefeito Fogaça. O Governador Rigotto é quem, neste campo, está perfeitamente entrosado, buscando novas empresas que irão gerar novos empregos no Estado. Não vejo nada de imoral e nada contra os cofres estaduais em dar incentivo para as empresas se instalarem em nosso Estado, pelo contrário.

A propósito, o Parque Industrial da Restinga vai continuar no mato, como ficou ao longo de 16 anos? Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Mônica Leal está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. João Carlos Nedel.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, ocupo esta tribuna hoje para falar no tempo do Ver. Nedel, que gentilmente me oportuniza este momento. Falo sobre um tema que acredito não poder ter Partido, não ser concebível ter bandeira política ou coloração partidária: a saúde do povo da cidade de Porto Alegre. Digo isso com muita tranqüilidade, pois conheço todos os Vereadores desta Casa. Os que hoje são oposição, ontem eram situação, e vice-versa. Isso se deve aos 12 anos em que estive atuando nos bastidores deste plenário. E sei que cada um dos senhores e senhoras, hoje da oposição, pensam, acima de tudo, no bem comum. E é por esse motivo que quero informar-lhes que, decorridos 100 dias da nova gestão na Prefeitura Municipal de Porto Alegre, uma área importante, a da Saúde, está apresentando um cronograma que visa a dar atendimento aos que há muito tempo aguardam atendimento em postos de saúde e hospitais. Nos próximos dias 16 e 17, a Secretária da Saúde dará início a um mutirão para realizar 130 cirurgias. Inicialmente realizando correção de fraturas com recursos próprios, a serem executadas nos Hospitais São Lucas, PUC, Conceição, Santa Casa, Independência, Clínicas, Mãe de Deus e Pronto Socorro. Esse processo será ampliado e terá continuidade imediata. De início serão atendidos os pacientes que se inscreveram antes de 1º de janeiro de 2005, para, num prazo de seis meses, tentar reduzir a longa fila de espera remanescente dos anos anteriores.

O Ministério da Saúde já liberou recursos no montante de 2 milhões e 200 mil reais para pacientes que necessitam de cirurgias nas áreas de urologia, ginecologia, vascular e ortopedia, que ingressaram na fila a partir de 1999 até 2004. Serão chamados para avaliação médica e triagem no Centro de Saúde do IAPI. Está previsto um total de quatro mil cirurgias para o prazo determinado.

Uma outra medida a ser instalada, a partir de 20 de abril, será a descentralização da distribuição de medicamentos, que passará a funcionar inicialmente em três postos, prevendo-se outras cinco unidades e uma farmácia central que coordenará e racionalizará a estocagem e distribuição de remédios. No prazo de 90 dias passará a funcionar no Hospital Presidente Vargas o Laboratório Central de Análises Clínicas do Município, com postos de coleta e recolhimento; paralelamente, o remanejo de profissionais vem ampliando o atendimento de consultas no ambulatório e na emergência. Foi também montada uma equipe do Programa Saúde da Família que atua na Unidade Básica de Saúde Santa Fé, localizada no bairro Rubem Berta, cujos usuários são, na maioria, pessoas idosas e pacientes do sexo feminino. Essa equipe será responsável pelos cuidados a aproximadamente 800 famílias e irá atuar em programas de tratamento de diabetes, hipertensão, saúde mental, prevenção de câncer ginecológico, entre outros.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Mônica Leal, queria só fazer uma pequena correção no discurso. Acho que é importante divulgar as obras, mas essa possibilidade de fazer um mutirão em cirurgias só foi viável porque o Ministério da Saúde aportou 2 milhões de reais e, pelo que eu entendi, no seu discurso, V. Exª dizia que tudo isso seria com recursos próprios. Na verdade, o discurso do Maurício inclusive reforça isso e parabeniza o Ministério da Saúde pelo intuito de poder atender à demanda que está reprimida.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Com licença, Vereador. Aqui tenho (Lê): “Nos próximos dias 16 e 17 a Secretaria da Saúde dá início ao mutirão para realizar 130 cirurgias, inicialmente realizando correção de fraturas, com recursos próprios...” O Ver. Sebenelo é o Presidente da Comissão.

 

O Sr. Aldacir Oliboni: A informação que nós temos é que esse mutirão só foi viável em função das verbas que virão do Ministério da Saúde.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Muito bem administradas, por sinal!

 

O Sr. Aldacir Oliboni: Inclusive dito pelo próprio Secretário, elogiando o nosso Ministro da Saúde, Humberto Costa.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: O que só aconteceria se fossem bem e competentemente administradas pelo Secretário.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) O Ver. Oliboni chama de demanda reprimida eufemisticamente. Na verdade isso é “não cumprida pela Administração do Partido dos Trabalhadores”. Então, estamos fazendo esse resgate, essa correção, tendo que ir a Brasília e, inclusive, essa verba, que já deveria estar aqui há muito tempo para fazer isso, não veio. Então, foi um erro do Ministério da Saúde, foi um erro da Administração do Partido dos Trabalhadores, e que agora, então, está sendo corrigido. Eufemisticamente ele está chamando, de uma forma muito elegante, por sinal, de demanda reprimida. Que coisa! Sessenta mil consultas represadas, é demanda reprimida.

 

A SRA. MÔNICA LEAL: Pelo que eu sei, Sr. Presidente, essa verba veio atrasada e insuficiente. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Margarete Moraes está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Excelentíssimo Sr. Presidente, Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, todas as pessoas que nos acompanham pela TV e que prestigiam esta Sessão Plenária neste dia, com toda a responsabilidade que lhe é característica, hoje, a Bancada do Partido dos Trabalhadores foi às ruas. Nós ocupamos, das 7h às 14h, o Largo Glênio Peres e ouvimos as pessoas, conversamos, apresentamos o nosso jornal, que é uma avaliação dos 100 dias do Governo Fogaça, e recolhemos muitas sugestões. Recolhemos queixas também; as pessoas falam o quanto a Cidade está muito mais suja, o quanto o trânsito está muito mais lento nesta Cidade.

O povo de Porto Alegre delegou a nós, membros do Partido dos Trabalhadores, a incumbência de governarmos esta Cidade por 16 anos. Defendendo esse modelo, sempre defendemos, também, a necessidade da superação, da renovação, mas sempre mantendo como essência a democracia popular. E é exatamente isso que faz com que a nossa Cidade, Porto Alegre, seja reconhecia nacional e internacionalmente, através do Fórum Social Mundial e, principalmente, através do Orçamento Participativo.

Nós, com muita responsabilidade, consideramos que o Partido da Mudança, nesses 100 dias, teve tempo e dinheiro suficientes para dizer a que veio. Não teve tempo para realizar e concluir Projetos, é verdade, mas, sim, para iniciar, para indicar alguns Programas, algumas promessas de campanha.

Como eu disse, a Cidade estava pronta, havia dinheiro suficiente - Ver. Nedel, eu estou falando com seriedade, eu exijo respeito por parte de V. Exª ; o dinheiro que seria para o Prefeito Raul Pont é o mesmo que José Fogaça recebeu. E eu quero dizer que o que estava sendo feito merecia continuidade, merecia avanços, superação; manter o que está bom, corrigir o que é preciso. Mas para isso é preciso capacidade de resolver problemas, e não é isso que se vê.

Por exemplo, o Orçamento Participativo era uma promessa de campanha, não dos outros candidatos, mas do Prefeito Fogaça; sim, manter o Orçamento Participativo. A essência do Orçamento Participativo é a sua autonomia. E agora vem uma ameaça, que eu não sei bem o que é, o Fórum de Governança Solidária. A impressão que nós temos é de que seja um patamar de decisão superior, superior ao próprio Conselho do Orçamento Participativo, e de que os recursos - eu tenho essa impressão, posso estar errada - virão das comunidades. A minha preocupação diz respeito às comunidades mais carentes, ou seja, como vão ter recursos para fazer aquelas obras, desobrigando a Prefeitura dessa responsabilidade.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Para corroborar o que V. Exª está dizendo, Vereadora, temos 75 obras que foram licitadas e que receberam ordem de início, sendo 50 em dezembro e 25 em janeiro, nos primeiros dias de janeiro, com recursos garantidos pelo Banco Interamericano, assim como o Viaduto da Teresópolis, assim como a Ponte da Salvador França. No entanto, todas essas obras estão paralisadas. O que justifica, o que explica isso? Não pode haver essa desculpa de que está faltando dinheiro, de que não existe caixa, de que não há recurso; isso merece e exige uma explicação para nós.

 

A SRA. MARGARETE MORAES: Obrigada, Ver. Todeschini. Em relação a outra questão democrática que diz respeito ao Conselho da Juventude, foi vetado pelo atual Prefeito o Conselho que tinha sido aprovado, uma proposta do Professor Garcia nesta Casa. Mas agora a gente tem notícias do jornal no sentido de que quem não queria partidarizar a Administração - e diziam que o PT partidarizava - faz um Conselho da Juventude dos Partidos da Mudança, e esse Conselho é quem vai estabelecer qual o Conselho que virá para esta Casa.

Em relação à Saúde, Sr. Presidente, eu ouvia muito do Ver. João Antonio Dib que o problema era gerenciamento e que havia dinheiro sobrando; no entanto, Ver. João Antonio Dib, logo que vocês assumiram, a primeira coisa que fizeram foi pedir mais dinheiro para o Governo Federal, indicando que os problemas se deviam à falta de recursos provenientes do Governo Lula. Nós nunca faremos uma oposição rebaixada, como alguns Vereadores desta Casa faziam - pouquíssimos, Ver. Maurício, o senhor não estava aqui, mas faziam -, e nós não vamos nos utilizar do drama dos miseráveis, do drama de uma mãe que perdeu uma filha num Posto - morreu uma criança num Posto da Restinga -, nós não vamos dizer que foi por problemas da fila ou por ter acabado o Programa de Saúde da Família; isso é um drama que todos nós queremos ajudar a resolver, e não vamos fazer proselitismo nesse padrão que já foi feito em relação à Administração.

Também queria dizer que na Saúde, hoje, quem determina os rumos da Secretaria Municipal da Saúde são os médicos, através do seu Sindicato, Ver. Sebenelo; e aí eu penso que há um equívoco e que existem outros profissionais da Saúde que também merecem ser ouvidos. Penso que é um equívoco um médico coordenar um Posto de Saúde, porque ele está deixando de atender pacientes necessitados. Eu acredito que isso seja um grande equívoco desse Governo e pretendo concluir este meu raciocínio em outro momento em que eu tenha acesso à tribuna. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhores que se encontram nesta Casa Legislativa honrando-nos com sua presença, telespectadores do Canal 16, eu venho a esta tribuna, senhores, não para falar dos cem dias, venho para falar sobre um outro tema totalmente diferente. Mas só quero fazer uma pequena ressalva, muito rapidamente, para não perder o tempo que eu quero gastar com o assunto que realmente me traz a esta tribuna.

O que me surpreende - não, não me surpreende até porque a gente já sabe da forma de pensar do Partido dos Trabalhadores -, o que me deixa estarrecido é a sua forma de pensar; eles ficam cruzando os dedos, torcendo para que o Município se rebente, tipo assim: “Tomara que dê errado, tomara que dê errado, tomara que dê errado!” É a apologia do “quanto pior melhor”. Quanto mais quebrado, quanto mais falido, quanto mais estatelado, melhor para eles. Eles não têm compaixão, não têm misericórdia, não têm respeito pelo munícipe, nem por aqueles que votaram neles e os elegeram. Eles armaram uma verdadeira arapuca, em todos os aspectos, no final da sua Administração, para o novo Governo se rebentar e não conseguir fazer o seu trabalho. Uma verdadeira gincana de obstáculos!

Uma pergunta: se os senhores vinham, há dez anos, numa forma ciclada na Educação, por que só no último ano, no último mês inventaram de reprovar 400 alunos? Por que só mudaram a forma no apagar das luzes, por quê? Má-fé; com certeza, má-fé! E sabem para quê? Para poder provocar, no próximo Governo, contratação e criar, mais ainda, um rombo financeiro, além daquele que eles já deixaram. Bem, eu vou parar por aqui, porque não é sobre isso que eu quero falar. Foi só uma “pitada”; eu vou voltar novamente a esta tribuna e vou voltar a falar sobre esse e outros assuntos mais.

O que eu quero, de fato, fazer nesta tarde é entregar a esta Casa uma Moção de Repúdio ao que aconteceu, em Pelotas, com uma cadelinha de rua.

Eu venho pedir aos senhores uma Moção, pois o que aconteceu é algo horrível, inaceitável; jovens amarraram a cachorrinha com uma corda no pára-choque do carro, e arrastaram o animalzinho, despedaçando aquele bichinho que estava prenha, e os pedaços da cachorra foram jogados pelo meio da rua, por mais de cinco quadras, arrastando o animal e os filhotinhos que saíam da barriga daquela cachorrinha. Isso é um ato inaceitável de crueldade, que eu registro e deixo aqui, nesta Casa, um pedido de uma Moção de Repúdio, que tenho certeza de que vou contar com o apoio de todos os senhores, porque precisa ser barrado esse tipo de ação. Quem fez isso, os jovens que fizeram, tinham que ser amarrados, por meio de uma corda, e serem arrastados pelas ruas, para eles verem o que o animalzinho sofreu, tanto que as pessoas que estavam num bar, que correram para ver os gritos, o latido desesperador da cadelinha, acharam que a cadelinha tinha sido atropelada, mas não, em vão, eles corriam com os seus carros e arrastavam a cachorrinha; destruíram a cachorrinha, largando os pedaços da cachorra pelo meio da rua. Sabe o que isso requer? Requer, de nossa parte, um repúdio, e tomara que as autoridades de Pelotas possam ir a fundo e descobrir quem fez esse ato.

Eu quero parabenizar o jornal Zero Hora que fez duas matérias grandes, dando destaque, e tinham que dar mesmo, porque esse é um ato - dizer que é um ato animal é ofender os próprios animais - de um monstro, só um monstro pode fazer isso; só pessoas psicopatas, doentes mentais, podem fazer isso, ainda mais sendo um cão, um animal tão amigo do ser humano; ter coragem de matar de uma forma tão cruel como eles fizeram com a cadelinha.

Como eu disse, eles tinham que ter uma lição: amarrar um deles pela perna e arrastar umas cinco quadras, esfolar, sangrar, para eles verem que o animal também sofre. Esse é um ato que tem que ser repudiado e que não podemos deixar passar em branco um fato como esse. Obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Márcio Bins Ely.

 

O SR. RAUL CARRION: Nossa saudação ao Ver. João Carlos Nedel que se encontra na presidência dos trabalhos; nosso agradecimento ao Ver. Márcio Bins Ely, hoje, aniversariando.

Nós queríamos, em primeiro lugar, fazer uma consideração sobre um Projeto, de minha autoria, de 2003, que mereceu um Substitutivo comum, meu e da Verª Manuela, e que hoje a coluna Fernando Albrecht, no Jornal do Comércio, trata, dizendo: (Lê.) “O Ver. Paulo Odone (PPS) apresentou um Substitutivo ao Projeto dos Vereadores Manuela e Raul Carrion (PCdoB) que institui a meia-entrada para espetáculos culturais, esportivos e de lazer, que pode ser descrito como uma legítima cama-de-gato. Odone estendeu o direito à meia-entrada a todos os jovens até 21 anos, sem obrigatoriedade de apresentação da carteira de estudante da Ubes ou da UNE, por exemplo”.

Eu creio que o Albrecht foi feliz ao perceber que o Substitutivo do Ver. Odone pode ter o efeito de, pretensamente, melhorar e de, na verdade, inviabilizar tão importante Projeto. Não posso crer, Verª Maristela Meneghetti, que tenha sido com essa intenção, porque aí seria realmente lamentável. Mas eu quero mostrar o porquê do equívoco desse Substitutivo, e eu até lamento que o Ver. Odone não tenha tido pelo menos a delicadeza, Verª Maristela Maffei, de conversar com os autores do Substitutivo nº 01. Eu, que tenho esse Projeto há dois anos, e a Verª Manuela, que é uma estudante, conhece o problema e poderia ter evitado alguns equívocos, Ver. Odone. Eu, pelo menos, quando faço Substitutivo, procuro conversar com o autor da Lei. Talvez na Assembléia seja diferente e o Ver. Odone achou desnecessário sequer conversar com o autor do Projeto.

O Ver. Paulo Odone, de certa forma, dá a entender que a Medida Provisória do Sr. Paulo Renato, de 22-08-2001, já garante esse direito. Engraçado, Verª Margarete Moraes, há quatro anos existe a Medida Provisória, e não há meia-entrada em Porto Alegre e em nenhum outro lugar! Na verdade, a Medida Provisória simplesmente diz que, onde houver a meia-entrada, o documento pode ser de qualquer estabelecimento de ensino ou de qualquer entidade estudantil. Onde existe a lei garantindo o direito, essa Medida Provisória aplicada dessa forma, inviabilizou, ou seja, retira das entidades estudantis um direito histórico, Ver. Ismael, V. Exª que deve ter sido estudante, tido a carteira estudantil e ter tido esse direito. E ao estender a todos, de forma indistinta, um direito que não existe hoje, parece ampliar, mas, na verdade, inviabiliza. A carteira estudantil sempre foi uma das formas de afirmação das entidades estudantis, de fortalecimento das entidades estudantis, e por essa Medida Provisória, endossada pelo Ver. Odone, retira, na prática, as entidades estudantis. Agora, imaginemos o Grêmio Estudantil de qualquer escola dando uma carteira de estudante com valor nacional, como vai existir isso?

Então, vamos debater, quando vier para a Pauta, o assunto, mas cremos que foi feliz o Fernando Albrecht, ao dizer que é uma cama-de-gato, mesmo que não seja consciente, do Ver. Odone. E estamos abertos ao Ver. Odone para conversar com quem luta há muitos anos por isso e conhece o ramo.

Para concluir, queria lamentar aqui desta tribuna, Ver. Elói, que na última reunião da CUTHAB, que foi no Túnel Verde II, com o DEMHAB, representado pelo Dr. Macário, que se comprometeu, nesse sábado, às 16 h, de lá estar. Simplesmente, a comunidade se reuniu, o Ver. Ismael estava na reunião e lembra do momento, simplesmente a comunidade se fez presente, os Vereadores Mario Fraga e Ver. Comassetto estiveram presentes, e, por eu ter uma reunião do diretório, a minha assessoria se fez presente, e simplesmente o DEMHAB não foi, alegando que o cidadão estava doente, mas não foi o cidadão que assumiu o compromisso, foi um ente público, o DEMHAB. Então parece que ficou para o próximo sábado. Nós queremos lamentar esse episódio. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos convidar o Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Ver. Ibsen Pinheiro, para que faça uma Reunião Conjunta das Comissões, para analisar e votar o Parecer Conjunto das Comissões ao PLE nº 005/05.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães – às 16h34min): Estão reabertos os trabalhos. Agradecemos os esforços dos Srs. Vereadores na Reunião Conjunta das Comissões.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, no dia de hoje, esteve no Centro da nossa Cidade, defronte à Prefeitura Municipal de Porto Alegre, prosseguindo com a nossa lógica, que já demonstramos na história deste Partido, que o nosso viés não é apenas da constituição da história da luta dos direitos humanos, econômicos e políticos, não é apenas eleitoral, apesar de considerarmos isso, com certeza, importante. Tanto é verdade que estivemos à frente da Prefeitura Municipal de Porto Alegre por 16 anos, portanto, por quatro gestões. A nossa história continua na lógica de oposição neste momento e com a relação natural da lógica do Partido dos Trabalhadores pela sua origem, pela sua história, pela sua trajetória junto aos movimentos sociais, junto a todos os segmentos que nós constituímos. Redesenhamos a lógica desta Cidade com a participação de todos. Com certeza, nós nunca nos colocamos na posição de donos da verdade. Nós jamais nos colocamos na posição de termos o projeto apenas do Partido dos Trabalhadores, da Frente Popular, porque compreendemos que um Partido é parte, e nós nos colocamos à disposição nesse sentido, com a sociedade, para implementarmos uma lógica de uma pirâmide invertida, na qual, principalmente as minorias, constituíram, durante o nosso mandato governamental, com muito orgulho, por intermédio não apenas do Orçamento Participativo, mas do processo em seu todo, no Executivo, no Legislativo e ouvindo, oxigenando, inclusive, os nossos propósitos.

Frente a isso nós fizemos também um Relatório sobre a avaliação desses 16 anos. Nós consideramos que quando avaliamos a lógica de um projeto, nós avaliamos os 16 anos. E entregamos, portanto, no que diz respeito àquilo que constitui investimentos: 82% de obras concluídas; 5,4% de obras em andamento. E nós não compreendemos, entre aspas, porque compreendendo a natureza do conjunto dos novos que se instalaram no Paço Municipal, democraticamente eleitos, o porquê, apesar de terem-se passado cem dias, é, sim, um Governo inoperante, ineficiente, porque não condiz com a realidade que o nosso programa de Governo estabelecia com esta Cidade. A lógica é outra.

Portanto, nesse aspecto, é perfeitamente compreensível. Basta o exemplo do Governo Britto no Governo do Estado; basta o exemplo, agora, do Governo Rigotto, novamente no Estado, e agora o mesmo grupo, a mesma organização, portanto, é uma coerência. Não é da natureza deste Governo a relação da forma como estabelecemos, mas quero colocar aqui dentro de um viés democrático, que é, sim, prerrogativa deste Governo que se instalou, a forma pela qual ele se estabelece. O que nos cabe cobrar aqui é a lógica que foi estabelecida no processo eleitoral para chegar ao Governo. A lógica eleitoral de enganar a população de Porto Alegre, dizendo que o problema da Saúde, Ver. Oliboni, Ver. Goulart e Ver. Sebenelo, não era de financiamento, mas de gerenciamento.

Então, eu pergunto: qual o problema agora, já que os portadores da vara mágica não estão operando, não estão realizando, inventam números contraditórios? Aliás, nesse sentido - terminando a minha fala, Sr. Presidente - cumpre-nos aqui também estranhar a posição, inclusive, de citações de números já informando a respeito segmentos presididos pelo ex-Deputado Victor Faccioni, quando não é um órgão judiciário, estabelecendo uma dicotomia, inclusive ideológica. Cabe-nos aqui, Sr. Presidente, alertar a sociedade porto-alegrense que no viés de deteriorização, inclusive dos serviços básicos - não estou aqui fazendo uma cobrança das questões estruturais -, nessa lógica, em um ano, vamos ver deteriorados os principais serviços desta Cidade, como vêm acontecendo. Aqui não basta falar; aqui basta caminhar, basta ver o que está acontecendo na cidade de Porto Alegre.

E nós não queremos, Sr. Presidente, que isso aconteça! Nós, justamente, estamos cumprindo o nosso papel de oposição, de fiscalizar o que nós fizemos e o que nós queremos manter.

Obrigada pela tolerância, Sr. Presidente. Vamos continuar fiscalizando, com toda certeza.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a Verª Maristela Maffei, na defesa da sua ideologia e da sua facção política, deu uma entrevista ao Jornal O Sul, na data de hoje, dizendo que a Governança local promoveria o enfraquecimento do Orçamento Participativo. Eu queria, nessa busca pelas responsabilidades e pelas causas do enfraquecimento, oferecer à Verª Maristela Maffei um argumento para o debate: são 628 obras que não foram concluídas.

O enfraquecimento do Orçamento Participativo se dá muito mais pela frustração dos que votaram e viram que a sua votação não valeu nada, do que por um novo método. Cada Partido que entrar no Governo tem direito ao seu método; assim como o PT teve um método, nós temos um outro método, que inclusive inclui o Orçamento Participativo. E a injustiça maior é que a Vereadora sabe que nesta semana foram destinados quase 47 milhões de reais ao Orçamento Participativo.

Então começam alguns comentários, que a gente sabe que fazem parte de um jogo de palavras, apenas, como, por exemplo, a privatização do DMAE, da Carris e da Procempa. Fiquem descansados! Tirem o cavalinho da chuva! Nem a Procempa, nem o DMAE, muito menos a Carris serão privatizados.

Verª Sofia Cavedon, se V. Exª quiser “enlouquecer uma tropa, mude a toda hora de general”. Vocês tiveram generais que mudaram, inclusive, a Educação em Porto Alegre, em quatro tempos, cada educador, cada Secretário de Educação promovia uma gestão, seja na área do construtivismo, depois mudava para não se sabe o quê, depois para o ensino em ciclos. Então, nesses 16 anos, com os sete ou oito Secretários de Educação não houve uma uniformidade, cada um levava para o lado que queria. Por isso eu acho que se nós quisermos enlouquecer uma tropa, é toda hora mudar de general. Não houve uma haste, não houve um eixo de pensamento homogêneo, nos 16 anos. Então, nós vemos essa catástrofe na pré-escola, por exemplo, de Porto Alegre. O Prefeito teve que nomear 115 pessoas depois da posse, porque não existiam professores que pudessem, inclusive, fazer com que 445 crianças, de repente, fossem reprovadas, e o ensino de ciclos foi para o espaço!

Por isso, eu vejo, Verª Maristela, e até dou como desconto a sua idéia de defender o lado que V. Exª habilita, com todo respeito, eu tenho certeza absoluta que todas as pessoas que foram para lá tiveram a vontade de acertar, mas deram a esta Cidade momentos muito ruins na área social: Porto Alegre duplicou o número de favelas, a educação tem tido esse resultado desastroso, por estarmos formando gerações de marginais por falta de creches. Na cidade existem bolsões de oito mil, 10 mil pessoas, como a Quinta do Pilar, ali no Rincão, são oito mil pessoas que não têm uma sala de aula, não têm uma creche, não tem um posto de saúde, e isto é em Porto Alegre, não é no território do Acre não, é dentro de Porto Alegre!

Por isso, Vereadora, “a praga de urubu não mata cavalo gordo”. Se esse ditado gaúcho não for suficientemente esclarecedor, a manifestação do Partido dos Trabalhadores, hoje, na Prefeitura, é aquela que o velho Ibrahim Sued dizia: “Enquanto os cães ladram, a caravana passa”.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR (Art. 151 do Regimento)

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 5632/4 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 233/04, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que denomina Rua Tenente Isolino Segobia um logradouro público cadastrado, localizado no Bairro Vila Nova.

 

PROC. N.º 5886/04 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 246/04, de autoria das Vereadoras Maristela Maffei e Margarete Moraes, que inclui, no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre, a Festa “Alma Cigana – Ritos, Cantos e Magia”, organizada pela Sociedade Beneficente Centro Africano Reino de Oxalá, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1369/05 - PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 003/05, de autoria do Ver. Adeli Sell, que altera a redação do art. 51, da Lei Orgânica do Município, incorporando regras que possibilitam a realização de reuniões das Comissões Permanentes durante o recesso legislativo, e reduz o período de recesso legislativo. Com Substitutivo n.º 01.

 

PROC. N.º 1461/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 070/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que define a Política Municipal de Apoio ao Cooperativismo e dá outras providências.

 

3.ª SESSÃO

 

PROC. N.º 5501/04 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 016/04, de autoria da Ver.ª Sofia Cavedon, que altera o inciso II do art. 7º e o inciso II do art. 9º da Lei Complementar n.º 478, de 26 de setembro de 2002, e alterações posteriores, que dispõe sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, disciplina o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores do Município de Porto Alegre, possibilitando a composição proporcional dos conselhos Fiscal e de Administração, quando das eleições para a constituição dos respectivos conselhos.

 

PROC. N.º 0454/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 022/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que destina espaço físico em todas as unidades escolares da rede pública de ensino do Município para a realização de cursos pré-vestibulares nos termos em que menciona e dá outras providências.

 

PROC. N.º 0494/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 026/05, de autoria da Ver.ª Manuela d'Ávila, que dispõe sobre a criação de creches nas escolas municipais para abrigar os filhos de estudantes adolescentes, com prioridades de vagas para filhos de mães com idade inferior a dezoito anos.

 

PROC. N.º 1319/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 060/05, de autoria da Ver.ª Maristela Maffei, que cria o Memorial da Participação Popular na cidade de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. N.º 1437/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 067/05, de autoria da Ver.ª Margarete Moraes, que institui a “Semana Municipal de Conscientização e Combate à Homofobia”, a ser realizada, anualmente, no período de 22 a 28 de junho. Com Emenda n.º 01.

 

PROC. N.º 1507/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 074/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que altera a Lei n.º 7.791, de 27 de maio de 1996, que denomina Rua Emilio Dimari um logradouro irregular, corrigindo a denominação do bairro para Belém Novo.

 

PROC. N.º 1682/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 083/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua da Represa um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro Coronel Aparício Borges.

 

PROC. N.º 1711/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 084/05, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Chácara dos Bombeiros um logradouro não-cadastrado, localizado no Bairro São José.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, vou-me deter hoje em dois Projetos de Lei que estão tramitando nesta Casa. O primeiro é o PLCL nº 016/04, de autoria da Verª Sofia Cavedon, que altera o inciso II do art. 7º, e o inciso II do art. 9º da Lei Complementar nº 478, de 26 de setembro de 2002, e alterações posteriores, que dispõe sobre o Departamento Municipal de Previdência dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, e o que disciplina o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores.

A Verª Sofia está propondo, e eu acho que é um bom tema para discussão, esse sistema do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos do Município de Porto Alegre, que foi criado em 2002, portanto há menos de 3 anos. Na oportunidade, quando foi criado, estabeleceu-se que o Conselho seria proporcional entre Executivo e os funcionários. Só que, neste ano, mais de uma chapa tentou fazer parte desse Conselho, entre os servidores públicos municipais, buscando, então, o seu espaço para dialogar, relativo à questão do Regimento. Só que a atual Lei Complementar prevê a indicação de quem ganha, e não a proporcionalidade.

Ora, este Vereador entende que se concorrerem quatro, cinco, seis, ou quantas chapas mais estiverem concorrendo, que todos esses segmentos possam ter o seu assento proporcional junto a esse Conselho. Defendemos isso, porque senão não estará sendo respeitada uma proporcionalidade que julgamos importante. Ora, cada chapa, ao postular fazer parte desse Conselho, significa que ela quer, de forma participativa, colocar as suas idéias, as suas propostas, e, ao mesmo tempo, representa uma pequena parcela dos servidores municipais, e, perdendo as eleições, só a chapa ganhadora é que vai fazer parte.

Então, a maneira que a Vereadora está propondo é de democratizar que todas as tendências, facções, possam fazer parte do Conselho. Uma das coisas que eu aprendi na minha vida é conviver com o contraditório. Muitas vezes não gostamos do contraditório, mas temos que aprender a conviver com ele, porque é do fruto da discussão que todos nós podemos crescer.

Então, eu acho que é uma boa matéria para discussão; ela está recém no primeiro período de Pauta, vai ter um bom tempo ainda para discutir, e depois, até a sua aprovação, tenho certeza de que os Vereadores vão, e muito, se debruçar sobre o Projeto.

O segundo Projeto é do Ver. Mario Fraga, que define a política municipal de apoio ao cooperativismo e dá outras providências. Eu quero parabenizar o Ver. Mario Fraga, esse tema do cooperativismo é um tema cada vez mais discutido em todos os segmentos.

Eu quero fazer só uma observação, uma observação construtiva, mas que eu acho que para o nosso debate é muito boa. O Ver. Mario Fraga está propondo o Conselho Municipal do Cooperativismo. O Ver. Mario Fraga recentemente votou contra o Conselho Municipal da Juventude, porque era vício de iniciativa propor antes do Vereador, e agora o próprio Vereador propõe o Conselho. Então, este Vereador questiona, e eu vou questionar durante quatro anos. Isto é o bom na dialética: ver a coerência de cada Vereador. Ora, o Vereador votou contra, porque não era de origem do Executivo, e o próprio Vereador faz um Projeto de Lei. Então, onde está a coerência? E eu espero que o Vereador possa vir aqui debater e discutir, porque, volto a dizer, essa é a riqueza do contraditório, a riqueza de se lembrar que as pessoas não têm memória curta. O que se diz aqui nesta tribuna fica para todo o sempre, fica para os Anais, e é isso que se quer: que as pessoas sejam coerentes. Quando se quer coerência, a verdade sempre fala. Por isso, Ver. Mario Fraga, eu quero parabenizá-lo pela iniciativa do cooperativismo, mas gostaria que V. Exª viesse falar como é que numa hora vota a favor e noutra vota contra. Talvez o efeito camaleão possa fazer parte para alguns. Para mim, não serve.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Senhoras Vereadoras e Senhores Vereadores, há idéias que são muito boas, mas, de repente, são inviáveis. A Ver. Manuela d’Ávila pretende destinar espaço físico em todas as unidades escolares do Município. Ora, disse-me a nobre Vereadora Sofia Cavedon que nós temos mais de 50 escolas capazes de receber um curso pré-vestibular. Então, a sua idéia é excelente. Talvez num Pedido de Providências, talvez numa conversa com o Prefeito se estabelecesse uma escola na Zona Sul; outra na Zona Norte, escolas que pudessem, à noite, funcionar, dando atenção àqueles jovens que pretendem fazer vestibular, mas que não têm as mínimas condições para pagar um cursinho de pré-vestibular. Então, eu acho que a idéia é excelente, mas veja V. Exª que o total de escolas no Município é de 92, mas talvez as que tenham condições de receber o curso sejam 50. Não ficaria definido quem daria as aulas, quais os professores que se disporiam, de uma forma magnânima, a dar as aulas. É verdade que aqui diz que seria por organizações não-governamentais, associações beneficentes, mediante convênio. Aí, estaríamos impondo uma condição ao Governo, que provavelmente aceite, ou não; não se podem impor condições. Mas não precisaria nem de convênio, caso se conseguisse fazer com que um ou dois desses cursos fossem instituídos.

Por outro lado, a querida Vereadora pretende dispor sobre a criação de creches nas Escolas Municipais para abrigar os filhos de estudantes adolescentes, com prioridade de vagas para filhos de mães com idade inferior a 18 anos. A Lei Orgânica do Município, no seu art. 47, diz que todos os servidores do Município, com filhos com menos de seis anos, têm direito a creche, e o Município não lhes dá a creche. Então, ficaria meio estranho colocar nas escolas, para estudantes adolescentes, vagas para filhos com prioridade para mães com idade inferior a 18 anos. Mas veja que o art. 2º do seu Projeto diz que a Administração Pública Municipal deverá disponibilizar profissionais para atender as mães e os filhos com psicólogo, nutricionista, pedagogo, assistente social, pediatra, dentre outros que se julgarem necessários. Seria excelente, mas dificilmente nós vamos encontrar, numa das creches em que o Município mantém convênio, ou que seja do próprio Município, toda essa plêiade de profissionais capaz de fazer com que uma criança cresça de forma saudável como nós todos queremos que elas cresçam.

O Ver. Adeli Sell realmente pretende novamente buscar redução do recesso legislativo. Ele propõe aqui que a Câmara se reúna de 15 de fevereiro a 15 dezembro, salvo prorrogação por convocação extraordinária do Plenário, de Vereadores ou reunião extraordinária da Comissão Permanente e funcionários em todos os dias úteis durante a Sessão Legislativa. Isto é, nós teríamos recesso de 15 de dezembro a 15 de fevereiro, 60 dias. Eu recomendaria ao Ver. Adeli Sell que reexaminasse o parágrafo 4º que ele aqui coloca, que está equivocado em matéria de convocação extraordinária, sem ônus. Seria bom revisar, porque, da forma como aqui está escrito, se aprovado for, revogando-se as disposições em contrário, outras sessões terão ônus.

Eu poderia examinar também a proposta do Ver. Nereu D’Avila, que é o Substitutivo, e poderia falar de uma vez que eu tentei essa medida e obtive muitas assinaturas, mas apenas, na hora de votar, quatro votos. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, ingressou, em primeira Sessão de Pauta, o Projeto do Ver. Mario Fraga, que define a Política Municipal de Apoio ao Cooperativismo e dá outras providências. Efetivamente é um Projeto meritório de alto alcance que trata de uma atividade importante, que é o cooperativismo. E talvez seja uma forma de sociedade que mais está hoje evoluindo em crescimento, e, efetivamente, precisa de apoio e controle, porque muitas cooperativas se formam, não cumprem os seus objetivos e não têm o controle dos agentes na área Previdenciária e na área, também, de outros impostos. Mas é importante que o Ver. Mario Fraga levante esse assunto para que seja debatido.

A Procuradoria registrou vício de origem que compete, privativamente, ao Prefeito realizar a administração Municipal. Então, nós temos de respeitar a independência dos poderes, mas, sem dúvida, esse Projeto de Lei é importante para a Cidade.

Volto ao Projeto da Verª Manuela, que propõe a criação de creches em escolas municipais para abrigar os filhos das estudantes adolescentes, com prioridade de vaga para filhos de mães com idade inferior a 18 anos. A idéia é importante. Quanto mais creches, quanto mais assistência às crianças, assistência às famílias, melhor, porque, na verdade, estão assistindo à família daquela criança. Mas como realizar creches em todas as escolas municipais? Além de tudo, esse Projeto só colocará os filhos das mães solteiras ou casadas, estudantes, dando prioridade àquelas mães com menos de 18 anos. E os filhos dos pais estudantes, também terão prioridades? Há os pais, também, que são responsáveis. Prioridade para as mães estudantes; e para as mães trabalhadoras, não existe prioridade?

 

A Srª Sofia Cavedon: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nedel, eu acho que é bem apropriada a sua preocupação em relação aos pais. Apenas quero lembrar que nós já temos indicadores claros de que a maioria hoje, na periferia das cidades, são mulheres arrimo de família, e a preocupação da Verª Manuela diz respeito às adolescentes grávidas; é uma preocupação específica na formação da nossa juventude, formação básica a ser garantida a todas as jovens. Obrigada.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Muito bem, Vereadora, e aí eu lhe pergunto: esse Projeto não as estaria incentivando a maternidade precoce, problema muito sério perante a nossa juventude, dando condições de que fiquem grávidas com menos de 18 anos? Estaríamos, assim, incentivando a maternidade precoce. É um Projeto que merece a nossa reflexão, mas acho difícil de ser conseguido.

Para finalizar, Sr. Presidente, eu só queria falar do Projeto da Verª Maristela Maffei, que cria o Memorial da Participação Popular. A idéia é boa; existe, também, o vício de origem, mas a idéia é boa.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Mesa apregoa Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia (Lê.): “Solicitamos a representação desta Casa Legislativa na solenidade de entrega do Atlas do Esporte no Brasil aos Parlamentares a realizar-se na Esplanada dos Ministérios, Câmara dos Deputados, Anexo IV, 10º andar, dia 13 de abril de 2005, bem como nas reuniões plenárias do CONFEF – Conselho Federal de Educação Física, de 13 a 15 de abril de 2005, em Brasília, Distrito Federal. Informamos, outrossim, que esta representação não trará ônus para esta Casa”. Assina-o o Ver. Professor Garcia.

A Presidência o defere, pois não se trata de deliberação de Plenário, uma vez que não acarreta ônus para a Casa.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu queria fazer uma rápida discussão destacando três Projetos que estão em processo de discussão nesta Casa, neste momento.

O primeiro Projeto é de autoria do Ver. Mario Fraga, que propõe a criação de uma política municipal de apoio ao cooperativismo e dá outras providências.

É um Projeto extremamente bem fundamentado que traz para esta Casa o debate de uma questão extremamente importante, principalmente na nossa Cidade, a Capital do Estado do Rio Grande do Sul, que é um Estado de uma tradição importante na construção de uma política de cooperativismo. Quem conhece o interior do Estado sabe, inclusive, de várias experiências em que a implantação de sistemas cooperativistas mudou o perfil econômico daquelas regiões onde as cooperativas puderam se constituir em instâncias de desenvolvimento. No caso de Porto Alegre, eu me recordo de que alguns anos atrás, até acho que por iniciativa do então Ver. Décio Schauren, nós conseguimos construir uma frente que trabalhava a temática do cooperativismo. Mas isso já faz alguns anos. E, posteriormente, eu acho que nenhum Vereador tinha retomado a discussão sobre o cooperativismo. Então, nesse sentido, o Projeto do Ver. Mario Fraga pode propiciar um debate importante sobre a necessidade da implantação de uma política cooperativista, inclusive para que nós possamos fazer, na prática, uma diferenciação das verdadeiras cooperativas que atuam na defesa dos seus associados, com relação a algumas experiências que, por falta de fiscalização, acabam se transformando em instrumentos de precarização da ocupação da mão-de-obra.

Esse debate já foi trazido aqui a esta tribuna por outros Vereadores, mas eu acho importante aproveitar a proposta do Ver. Mario Fraga para mostrar que é possível, inclusive, se aprofundar um sistema de fiscalização sobre essas experiências que, às vezes, são experiências apoiadas, inclusive politicamente, mas que não têm tido um aprofundamento por parte desta Casa sobre o seu significado.

Então, eu queria dizer que é um Projeto importante, acho que ainda vamos poder discutir muito essa iniciativa, na medida em que ela tem uma relevância para uma cidade como Porto Alegre, que tem uma tradição de participação da comunidade na defesa dos seus próprios interesses.

O segundo Projeto a que eu quero me referir é um Projeto de autoria da Verª Maristela Maffei, que propõe a criação de um monumento alusivo à participação popular. Eu acho esse Projeto interessante pela tradição e pelas características que têm Porto Alegre. Uma Cidade que já vivenciou experiências de participação extremamente importantes - nós poderíamos aqui citar inúmeras delas, desde os Conselhos Populares do então Prefeito Collares, o Orçamento Participativo dos últimos 16 anos -, principalmente neste momento, em que a nossa sociedade inicia um debate sobre o aprimoramento do processo de participação popular, em que o Governo do Município inclusive coloca na imprensa, hoje, a definição de 47 milhões de reais para o cumprimento das decisões do Orçamento Participativo, que foram decisões da comunidade, mas que não estavam sendo cumpridas, chegando a um total de 628 obras atrasadas definidas pelo Orçamento Participativo. Então, acho que esse debate é um debate político, é um debate sobre participação, mas ele também é um debate que vai poder fazer com que esta Câmara discuta aprimoramentos no processo de democracia do nosso Município.

Pelo que entendi o meu tempo já concluiu, mas eu queria apenas dizer que esses Projetos ainda poderão ser discutidos em outras oportunidades, e que serão efetivamente enriquecidos através de possibilidades de Emendas, quer sejam provenientes do Plenário ou das Comissões Técnicas aqui da Casa.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Ver. Elói Guimarães, Presidente desta Casa, nobres Pares, Vereadores e Vereadoras, primeiro quero agradecer ao Ver. Bernardino, que, desistindo de seu espaço, me permitiu que eu pudesse estar discutindo os Projetos em Pauta, e também quero fazer um registro no sentido de que eu sei que ele compartilha desta opinião de que nós podemos, sim, e, mais do que podemos, devemos realizar algumas Sessões Solenes fora desta Casa. Acho que a Casa do Povo deve ir aonde o povo está, sim. Nós já fizemos aqui algumas polêmicas, Ver.Bernardino, em relação a isso. Já levei uma Sessão Solene para uma escola, e às vezes os Vereadores têm resistência a isso, mas acho que esse procedimento é muito significativo, educativo, facilita para a população. Então, penso que o seu Projeto deve ser discutido no sentido de deslocar aqui, para o Parque Marinha, a Sessão Solene que homenageia o nosso tradicionalismo. Eu queria continuar a discussão em relação à questão da educação infantil, às creches, que a Verª Manuela propõe, lembrando ou alertando o Ver. Claudio Sebenelo e Vereadores da base do Governo – especialmente o Ver. Claudio Sebenelo, porque muitas vezes ele trouxe aqui a temática da educação infantil.

Quero lembrar-lhe, se não é do seu conhecimento, que amanhã a nossa Comissão de Educação recebe a direção da Escola Infantil Tronco, situada na Vila Tronco, onde há uma imensa necessidade de educação infantil. Essa Escola atende às crianças em turno integral, de forma totalmente gratuita, e está fechada, Ver. Sebenelo, desde o início deste Governo. É certo que ela foi interditada no final do ano, mas foi passada à nova Administração, na transição, como prioridade, no sentido de que se providenciasse um espaço para o atendimento dessas crianças, e o Governo Fogaça não trata esse tema com a prioridade que V. Exª o traz para cá. A SMED tem dialogado, mas estamos em abril e não se encontrou uma solução para atender essas 103 crianças, Ver. Sebenelo.

 

O Sr. Claudio Sebenelo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Imediatamente nós vamos falar com o Secretário da Educação e já lhe daremos a resposta. Imediatamente.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Muito obrigada, Ver. Sebenelo. Quero fazer também um comentário em relação a ginásios das escolas municipais. Nós temos a Escola Lidovino Fanton, na Restinga Velha - a Verª Neuza a conhece bem -, com o seu ginásio interditado por um problema relacionado a pombas, que também é um problema da falta de providências e de agilidade da Secretaria Municipal de Educação. Também há o ginásio de uma escola na Vila Cruzeiro, o ginásio da Escola Martim Aranha; há outros que ainda não fecharam, mas estão com problemas sérios. Isso exige um contrato com empresas especializadas para afugentar essas pombas - nós mantínhamos um contrato, cuja vigência encerrou no final do ano passado. Eu estive lá, e a direção da Escola Lidovino Fanton nos afirmou que fez uma reunião com a Secretaria de Educação, no dia 10 de janeiro, quando relatou o problema, mas até hoje não há solução. As crianças não podem usar os ginásios pois esses espaços estão inadequados. Então, o Projeto em Pauta que propõe que se abram as escolas para atender em curso pré-vestibular, em parceria, e o Projeto que alerta para a situação das jovens que não vão à aula, porque precisam de um espaço para atendimento das crianças, constituem-se em temas que, se forem inconstitucionais, pelo menos nos chamam a atenção com relação a necessidades para as quais, com iniciativa, com criatividade, com prioridade, com respostas rápidas - que a gente não está enxergando, infelizmente, em vários temas, neste novo Governo -, é possível encontrar soluções.

A Verª Manuela diz: “Sim, temos 50 equipamentos públicos que poderão acolher pré-vestibular”. É verdade que não é responsabilidade do Município, mas uma parceria, Verª Manuela, sem haver custos para os estudantes, porque não podemos utilizar espaços públicos dessa forma, é possível, sim, viabilizar. Então é isso que nós cobramos, que os projetos daqui chamem atenção, e quando a base governista fala aqui, tenha a mesma prestatividade para ajudar a Secretaria e o Governo a responder com rapidez a problemas que são facilmente solucionáveis, mas a gente não está encontrando prioridade política neste Governo.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, todos os que nos assistem nas galerias e pelo canal da TVCâmara, em primeiro lugar não poderia me furtar de fazer, em nome do meu Partido, o Partido Comunista do Brasil, assim como fizemos aos 60 dias do Governo Fogaça, uma breve avaliação dos 100 dias deste Governo. É evidente que o tempo é reduzido para que se faça uma avaliação complexa como essa, mas também se faz necessário que nos manifestemos sobre este Governo.

Nós acreditamos que neste período o bom slogan de campanha, trabalhado pelo Prefeito Fogaça, de manter o que estava bom e mudar aquilo que não satisfazia, ou que não estava bom, ou que não existia, não vem sendo cumprido. Nós observamos uma grande limitação em manter aquilo que está bom, e, fundamentalmente, inclusive, por uma certa inexperiência na administração. Nós diríamos que ela é uma administração desnivelada, pois podemos observar, por parte de alguns Secretários, a boa vontade em atender as demandas passadas por esta Câmara, entretanto os resultados da tentativa de atender a essas demandas, demonstra uma falta de habilidade em tratar com a população de Porto Alegre, uma falta de conhecimento das relações históricas, inclusive, do movimento social da nossa Capital.

Se nós formos observar o exemplo claro do que vem sendo ou dos incidentes acontecidos com a questão da habitação no nosso Município, podemos constatar que o Governo ainda não conseguiu mostrar a que veio, e quando mostra, se atrapalha nessa convivência e na relação com esta Cidade, que tem a tradição democrática, que tem a tradição de fazer o seu povo participar das decisões e acaba colocando, por diversas vezes, o nosso povo contra o nosso povo, mesmo que não intencionalmente.

Preocupa-nos bastante quando observamos o slogan da campanha, o de manter o que estava bom e mudar aquilo que não satisfazia a população de Porto Alegre. Houve duas grandes bandeiras trabalhadas pelo então candidato Fogaça: a primeira, é a questão da Saúde pública, e podemos observar que os problemas permanecem no nosso Município e inclusive se agravam pela inoperância também do Governo Estadual, do Governo Rigotto, na questão dos medicamentos. Muito embora agora nós tenhamos observado este fato positivo dos mutirões das cirurgias, Verª Mônica, mas que são realizados com o repasse da verba do nosso Governo Federal, do Governo do companheiro Lula, e não com os recursos próprios ou por iniciativa própria. É um convênio firmado, como noticiam hoje os jornais de nossa Cidade.

A segunda, é a questão da violência. O que podemos ver é que, embora essa tenha sido uma das principais bandeiras da campanha, tendo sido dito que a violência era responsabilidade da Administração Municipal, que havia acumulado e não adotado práticas corretas nos últimos 16 anos, de que seria feito um trabalho extensivo em conjunto com a Brigada Militar com a Guarda Municipal, mas, na realidade, nós observamos que essa violência continua a crescer. Inclusive, neste final de semana, mais um fato lastimável ocorreu, um jovem estudante de Direito, de 22 anos, foi baleado na esquina da Rua Lima e Silva com a Rua da República, e ele esperou uma hora para que a Brigada Militar, a Polícia, chegasse ao local. Isso demonstra, então, que aquele velho, bom e sábio slogan de campanha não está sendo executado.

Esperamos, então, que este Governo demonstre, nas suas ações, a que veio, e o que, de fato, pretende fazer com a nossa Cidade.

Também nos causa estranheza algumas ações, ou falta de ações, da nossa Secretaria da Juventude, Sr. Presidente.

Na semana passada, a imprensa noticiou a criação de um Conselho Político da Juventude do Governo Fogaça. É muito positivo e legítimo que cada Governo crie as suas instâncias de discussão da sua plataforma política. Agora, é inadmissível que o Secretário da Juventude diga que esse é o espaço para debater o Conselho da Juventude, porque esta Cidade, assim como tem tradição no Orçamento Participativo, também tem tradição de consultar e de construir com o movimento estudantil, com o movimento popular, com os jovens da nossa Cidade, as suas questões. E esse Conselho deve e será, se depender da gente, ser debatido pela totalidade das organizações juvenis da nossa Cidade, inclusive por aquelas que não estão no Governo Fogaça ou que não concordam com as práticas deste Governo. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, eu quero dizer aos Srs. Vereadores e às Sras. Vereadoras que não me agrada essa questão dos jornais quererem pautar os governos. É uma história, Sr. Presidente, que se repete, a de querer ver a cara dos governos em cem dias. Isso vale para qualquer governo que chega ao poder, eu não acho, Verª Neuza, adequada essa questão: em cem dias de Governo não dá para mostrar nada, não dá!

Mas quero, primeiro, resgatar, Verª Manuela, V. Exª que é uma extraordinária Vereadora, de que é preciso saber que as questões de Porto Alegre são municipalizadas e, portanto, o dinheiro é de fundo a fundo. O Governo do Estado tem alguns programas pontuais, mas a Saúde pública de Porto Alegre é gestada por Porto Alegre e o dinheiro é fundo a fundo. Então, quando V. Exª atira no Governo do Estado, V. Exª está atirando no lugar errado. O que V. Exª deveria fazer é cobrar do Presidente, do Lula, que fica de mãos dadas com os banqueiros, de tirar dinheiro dos banqueiros e botar na Saúde. Isso é o que tinha que fazer. Agora, eu quero enfrentar essa questão.

Vejam o seguinte, são quatro mil cirurgias represadas no Governo do PT. Ora, eu acho que, quando se faz mutirão, é o reconhecimento da falência do serviço público. Foi a única forma que o Governo intentou, Verª Margarete, e acho que o Governo Federal foi parceiro, está liberando 2 bilhões e 200 milhões, é isso mesmo, é parceria, e o Governo começa, já, com 130 cirurgias, e vai seguir nesse processo de mutirão para poder, a partir daí, estabelecer, se Deus quiser, que as pessoas possam ter um atendimento de imediato.

Então, eu diria que não fica só por aí, Verª Manuela, a partir do dia 18, vão ter mais dois postos de distribuição de remédios, facilitando a vida daquele que precisa do remédio. Isso é ação concreta na área da Saúde. Agora, dizer que existem filas no Governo Fogaça, não! O honesto é dizer que as filas continuam, porque as filas existiam lá atrás, e muitas. Só que havia uma diferença, lá existiam as filas e vendiam fichas nas filas. Então, "vamos devagar com o andor, que o santo é de barro"!

Em segundo lugar, o Governo fez uma mágica extraordinária, Verª Clênia, porque teve, por exemplo, de negociar com o BID, porque os financiamentos internacionais estavam todos cortados com a Prefeitura de Porto Alegre, se não fosse uma ação do Sr. Prefeito. Vou citar, por exemplo, o Programa Socioambiental, Ver. Carlos Todeschini, V. Exª sabe que o que eu estou falando é profundamente verdadeiro, que o BID negou! E desafio V. Exª a vir a esta tribuna e provar o contrário; o BID negou o financiamento pela incapacidade administrativa do seu Governo! Como, também, o do conduto forçado da Álvaro Chaves, que, se não tivesse sido pago, não teria a contrapartida. Como o Projeto Integrado Entrada da Cidade, que é a mesma coisa. Eu estou falando isso, e desafio V. Exª a vir nesta tribuna e mostrar, lastreado em documentos. O Sr. Prefeito teve de agir rapidamente.

O Governo, em cem dias, está governando para quem mais precisa, sim, Ver. Elói Guimarães, mas é um Governo que consegue, por exemplo, Ver. Sebenelo, agir diferentemente do Governo anterior, que tinha as ilhas administrativas no Governo. Este é um Governo que consegue ser intersecretarial, que consegue pegar, por exemplo, um projeto da OSPA, que tinha algumas questões pendentes para serem resolvidas.

Eu acho que quem está fazendo a crítica à governança local está muito equivocado, porque a governança local busca a integração, o cidadão que está lá na ponta quer ver resolvido o assunto da EPTC, da Saúde, da SMIC, e, portanto, tem de ter um comitê gestor que sente no Bairro Navegantes, que sente lá na Baltazar de Oliveira Garcia, que vá ao extremo Sul da Cidade e resolva essas questões para a municipalidade. O cidadão paga muito tributo e o serviço é muito ruim no sentido geral.

Então, meus queridos Vereadores, eu volto a afirmar que querer fazer um estardalhaço, dizendo que o Governo não fez nada, é um discurso vazio que não se sustenta. O Governo está sendo coerente com aquilo que ele se propôs a fazer. Ele está sendo coerente, está tendo firmeza, enfrentou o Fórum Social Mundial, enfrentou a Festa dos Navegantes, o carnaval. São eventos da Cidade que não tinham memória quando o Governo Fogaça chegou, porque V. Exas levaram os disquetes de toda a Secretaria para casa. Apagaram tudo!

Aliás, o Secretário Cristiano, Ver. Adeli, contou-me que ele convidou alguns funcionários da Secretaria da Fazenda para conversar, e que eles estranharam esse convite, porque, na época do PT, somente os que detinham cargos de confiança é que falavam sobre as finanças do Município, uma coisa que é pública!

Então, há diferença sim! Esse é um Governo em que há o diálogo, é um Governo plural, que tem as suas dificuldades, sim, assim como qualquer Governo!

Portanto, o nosso agradecimento, Sr. Presidente, mas eu acho que podemos dizer que foram 100 dias positivos de Governo. Evidentemente, talvez daqui a seis meses, daqui a um ano possamos mostrar a verdadeira cara do Governo, porque, nesses primeiros 100 dias, nós ainda estamos consertando os buracos dos 175 milhões de reais do rombo que foram deixados, mais os 190 milhões de reais das obras do Orçamento Participativo que não foram realizadas, valores esses que, somados, deixaram um déficit de 400 milhões de reais.

Então, nesses três meses, entre várias coisas que o Prefeito Fogaça fez, ele fez um curso de Arqueologia para consertar as ruínas que aí ficaram. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Visivelmente, não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h34min.)

 

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